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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Todo santo dia

“Batalhões de bois de matraca fazem tremer o João Paulo”.

Em Dia de São Marçal.

No dia a dia não há batalhão, santo ou conversa pra boi dormir que faça São Luís parar de tremer.

De medo.

No gogó de Gogh

A bizarrice aí ao lado é a última moda em jeans, em Amsterdã.

Por enquanto, só os metrossexuais se arriscam em público na versão “documentos à mostra”.

Não foi divulgado se as lojas aceitarão troca ou devolução por mercadoria falsificada.

Será que cola?

Cola Jesus Zero.

E a igreja e as carolas engoliram sem um piti?

Não tarda um Natal e lançam “Jesus é soda”.

Que tempos, Cristo!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A origem dos sonhos

Foi na meninice dos anos 60 que saboreei a primeira Cola Jesus. Cola de Guará Jesus, melhor dizendo. Assim era chamado o refrigerante de canela nascido na Rua de Santana.

Um correr de casas adiante da minha ficava o prédio do Laboratório Jesus, de Seu Jesus Gomes, a fábrica do “sonho cor-de-rosa das crianças maranhenses”.

Laboratório farmacêutico afamado Brasil afora. E fora também, creio. No mostruário, um punhado de produtos de deixar agradecidos as donas-de-casa, os representantes comerciais e os comerciantes da época. Faziam de um tudo, fabricavam qualidade.

Água sanitária Jesus? Melhor não há, afirmava-se. Muito antes da dona Bayer, seu Jesus soube o valor do “Se é Jesus, é bom”. E garantindo a nobreza da bebida, mandou cunhar autógrafo em alto-relevo no recipiente de vidro, Jesus, as letras em caligrafia impecável tal e qual Gillete fez com a sua lâmina de barbear. Ambos famosos, ambos imprescindíveis.

A primeira versão da garrafa saiu com o gargalo fininho feito a cintura das moças que viviam nas fotonovelas de Grande Hotel – outro sonho.

Mas nada, nadinha mesmo, era comparável às tardes de Cola Jesus na Padaria Cristal. No comecinho da Rua Grande, mais acolá o Cine Éden, ali pedaço de São Luís se fartava de pães, biscoitos e guloseimas. Sonhos, suspiros, não-me-toques, areinhas, línguas de sobra, eu menino nem percebi que o tempo era de açúcar.

Vou sabendo pelos jornais. A Cola Jesus vai correr mundo e fazer mimos a outros garotos, sabe-se lá aonde. Seja onde for, será bem-amada. Tem nome santo, a cor arrebatadora, inspira mais fantasias que um pequeno príncipe que jamais soubemos quem foi. O sabor nem se fala. O novo dono não se meta à besta e ouse obscurecer o néctar com adaptações de mercado, ou outro nome dêem a isso.

Mas que a Cola Jesus mudou com os anos, mudou sim. A de antes, guardei de lembrança, tinha muitíssimo gás, borbulhava que só vendo, tinha gosto mais acentuado. E se Seu Jesus, roxo de ciúmes ao senti-la perdida, carregou detalhezinho muito do importante da fórmula original? Sei não...

Cá com as minhas esquisitices desconfio. Porção desse mundaréu de maranhenses de nome e sobrenome Jesus nem foi inspirada no Cristo. Procurarem bem, nossa gente nasceu de sonhos cor-de-rosa. Amém!


* filha minha vinda ao mundo em “As melhores crônicas do claronline”, da Clara Editora (2005)

terça-feira, 28 de junho de 2011

S.O.S

Esses bandidos apressam qualquer doente.

Você que se preocupava com a alta dos remédios, agora tem pela retaguarda assaltos a farmácias em alta.

Dois em uma semana.

Extrafarma ou Extrafardo?

No urro

São Francisco do Brejão gastou uma nota para divulgar o município na tevê.

Pelejei um bocado pra enxergar obras e projetos, e nada.

Moça bonita, agricultura forte, produção regional? Nada.

Arrumaram vaquejada e gritos pro horário nobre.

Nem o resultado soube.

A 70 quilômetros de Imperatriz a vereança berra mais que locutor de rodeio.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Amores novos, carro velho

“... , nos autos da ação em destaque proposta por ... e ..., vem, na qualidade de assistente judiciário destes, dizer a Vossa Excelência não ter conhecimento do atual paradeiros dos usucapientes. O que sabe sobre eles, com efeito, é haver o casal se separado de fato. A companheira teria traído o companheiro, arranjando um parceiro jovem, vendido parte do imóvel usucapiendo e ido embora para as bandas do... O companheiro, com sessenta anos de idade, por sua vez, para curar as mágoas e feridas do amor ingrato, teria se amancebado com uma menina de dezoito anos, ido com ela morar nas matas do interior de..., tendo isso feito após trocar a outra parte do aludido imóvel por uma caminhonete usada Ranger, na qual embarcara com seu novo amor.

Tudo isso, MMª Juíza, os usucapientes fizeram à revelia deste patrono, para o qual não deram ciência de seus propósitos e de seus sucessos. Logo, o que esse sabe, por ouvir dizer, é que o novo amor da Autora já a teria abandonado, após dissiparem em orgias os proveitos da venda de parte do imóvel que a ela caberia. E a menina que se apaixonara pelo sexagenário Autor, por este já teria perdido seus encantos, quando fora, por recorrentes vezes, obrigada a empurrar a caminhonete na mata e no atoleiro, com o motor de partida enguiçado, a fim de ela pegar no muque. Moral da estória: Não há amor novo que sobreviva a um galã velho e a um caro atolado na lama.

Enfim, este causídico não tem interesse no prosseguimento da ação. Os Autores, por sua vez, não lhe disseram se o têm. Entretanto, pelo procedimento indiferente deles, pelo fato de já terem alienado o bem a usucapir e por outras circunstâncias inerentes ao caso, é lícito presumir não terem eles mais qualquer interesse na sorte desta demanda. Logo, não seria justo pretender que a Justiça, que tem tanto com o que se preocupar, perca o seu valioso tempo com os Demandantes, cujas preocupações, agora, se concentram sobremaneira em amores novos em amores novos e em carro velho.

Pede, pois, a extinção do processo com fulcro no CPC 267... e o arquivamento dos autos correspondentes”.



* De uma petição de juntada de um advogado a uma juíza de Direito, em julho de 2010, e devidamente anexada ao processo.

Cuscuz nos states

Quando inaugurei o blog, imaginava chegar a três mil acessos em um ano.

Primeira surpresa. A marca virá antes de 5 de julho, quando completa dois meses.

Credito unicamente a amigos e conhecidos a indicação da página e seu sucesso.

A outra veio do público.

Cerca de dez por cento dos acessos do blog têm origem nos Estados Unidos.

É fato estranho. Os textos não são escritos em inglês e quase nunca remexo em assuntos daquele país – a não ser uma nota ou outra, raras.

Uma versão inglesa não seria de todo má, mas esbarra em problemão: a falta de tradução a palavras e expressões que recordo da minha infância, uso aqui e no dia-a-dia, e o maranhense modernoso quer por tudo esquecer.

Quem vai nascendo nunca saberá o seu significado, a não ser que ponha olho no Cuscuz Delivery.

“São os maranhenses que moram nos states e morrem de saudade do Cuscuz Ideal e da Cola Jesus”, justifica um amigo.

Não há porque duvidar.

Brasil ou states, a todos os leitores o meu sincero obrigado.

domingo, 26 de junho de 2011

Plantão métrico

“UPA Itaqui-Bacanga realiza mais de 74 mil atendimentos em um ano”.

Ou seja, dez por cento da população da capital passaram por lá.

Os outros noventa por cento devem estar caçando vaga no Socorrão.

Upa!

Viagem inesquecível


“O número de turistas que chegam para a temporada junina em São Luís cresceu este ano, mas ainda está abaixo da expectativa do setor hoteleiro”.

Decididamente ando com a vista embaralhada.

Deve ser a falta de férias ou o superávit de turistas à minha frente.

Estórias da Carochinha

Enganaram uma vez mais a velha senhora.

Prometeram-lhe maquiagem e sapatos novos, e nem abóbora aviaram.

Pobre senhora encastelada em sonhos e espelhos.

Quatrocentos anos e agora com cara de bruxa malvada.

Senhora dormideira assim, haverá príncipe que queira acordar?

sábado, 25 de junho de 2011

Martírio litorâneo

Carros na fila, atravessados, na faixa amarela, em fila dupla, em retorno proibido, sobre a calçada.

Esse solzão medonho ferve o sangue de um cristo.

Ora se é possível. Nem viatura de trânsito vimos.

Era dia de mar, não de miragem.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Dá licença

Não perca a pista.

O quê fez à Litorânea um lado que o outro não tenha silenciado?

Eta boi danado

Estou enganado ou há tempos não divulgam a situação de risco do rebanho estadual quanto à aftosa?

Bateu a curiosidade.

Como conseguem vacinar o gado solto nas estradas?

Prendem ou deixam fora da contagem?

Animais nas estradas.

A chiadeira não esperou a missa de sétimo dia do deputado.

Haja bumba-boi para explicar esse povo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

São João português

As teens

Anos noventa...

Um jornal da cidade traz foto e legenda arrasadores em sua página social.

“Grupo esfuziante de teenagers da nossa sociedade em...”.

As “adolescentes” – pois é isso que o termo significa – eram senhoras com décadas de festas pelo costado.

O escriba carregava arsenal infindável de tumbas e diabruras.

Com ele, e por ele, não havia dia sem day, lar sem house, ação e reação sem by.

Era um deus-nos-acuda quando tentava reunir em frase a herança inglesa ginasial.

“The good people Fulano de Tal em seu happyend by night...”.

Na foto, respeitado médico em momento de lazer, um uisquinho à mão.

Sinceramente, nunca soube como o autor conseguia se safar das presepadas.

Onde anda?

Sei lá.

Na certa "caçando nights” por aí.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O marquês

São Luís estaria ao relento não fosse a visão empreendedora do ramo imobiliário.

Do centro à periferia a moda é embalar sonhos e dívidas em quitinetes.

Praticidade e kit de sobrevivência conjugada são as grandes dicas para quem vive ou vai viver em versão compacta.

Embala-se o filho com uma mão, cozinha-se com a outra, arranja-se tempo e espaço pra um dedo de prosa com o cônjuge.

Enquanto sua mulher rói unhas, é importantíssimo não perder o rumo da novela e no fuxicar da vizinhança sobre vocês.

Dá certo? Dá.

“Não há dia em que não me sinta o próprio Marquês do Pombal”, diz-me um amigo.

Isto posto


Conhecem outra capital onde postos de combustíveis inchem mais que a frota?

Um na cola do outro. A cada ano, dezenas.

Riscos ambientais e ocupação racional do solo urbano ficam em segundo plano.

Não fica a “lavanderia” por trás do negócio, falam abertamente.

Aqui o Brasil roda mais rápido. Alguém duvida?

Bandos em banda larga

“Bandidos usam a internet para planejar arrombamentos de caixas eletrônicos”.

Com a “velocidade” que pagamos e nos oferecem?

Incrível.

Fique de olho no extrato.

Logo, logo os bancos irão cobrar tarifa pela nova modalidade de “saque programado”.

A modernidade

“Por causa da pane, usuários da operadora realizaram um tuitaço e com a hashtag #MinhaInternetCaiu conseguiram emplacar o segundo lugar no trends topic Brasil.”

Entenderam?

Nem eu?

Pelo visto, a pane começou pelo sistema de telefonia e terminou com neurônios em curto-circuito.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Justificativa em marcha

Rezemos

Os norte-americanos têm ideias estranhíssimas.

Marshall Mabry, pastor do Centro Cristão Farol de Luz, no Estado da Geórgia, há três anos reúne seguidores em uma bomba de combustíveis.

Rezam pela queda nos preços e pela estabilização da economia.

“Quando se junta para rezar, a comunidade pode fazer algo acontecer”, crê Mabry.

Essas esquisitices não vingam por aqui nem com reza brava.

A não ser com a cartelização dos direitos de exploração.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Acerto de contas

“Apenas 24 empregos formais foram criados em maio no Maranhão”, segundo o Caged.

“Pobreza extrema diminui 47% no Maranhão”, diz o Ipea.

Refiz as contas.

Começo a achar modestíssima a projeção de cento e vinte e seis novos municípios.

Mais otimismo com esses números, minha gente!

Branca e de bigode

A promotora Lítia Cavalcanti certamente não notou.

“A Branca” está entre os “seguidores” do seu blog (http://mpconslz.blogspot.com).

Trata-se de foto retocada da governadora com o vistoso bigode de Sarney.

“A Branca” é como se referia a Roseana o ex-adversário e hoje aliado Epitácio Cafeteira.

Coisas do consumo político e de seus atores.

Fora de rota

A Infraero informa:

O aeroporto do Tirirical não foi rebaixado, mas apenas “impedido momentaneamente” de receber voos internacionais.

O boeing Milão – São Luís, dia 22, chegará disfarçado de teco-teco e os europeus invadirão a ilha no "miolo" do Boi de Pindaré.

Para não perder o juízo, perde-se bússola e rumo nessa terra de tantos sobrevoos.

Boa viagem.

domingo, 19 de junho de 2011

Antológicos

Roseana sentiu de verdade a morte do amigo e ex-secretário Luciano Moreira.

As lágrimas da governadora no velório evocam cena antológica.

Raríssimas vezes se viu um governante chorar em público que não fosse pela redução das transferências governamentais.

Não faz muito tempo, choro governamental só em doses homeopáticas, acreditava-se.

Queda para o alto

“PM aponta queda de homicídios na Ilha de São Luís”.

E esses mortos diários que a imprensa estampa?

Vítimas de queda ou da falta de pontaria da estatística?

Rotas de colisão

Volta e meia reaparece a discussão sobre o tráfego livre de animais nas rodovias do estado.

O assunto é tão antigo quanto porteira aberta.

Perguntem à Associação dos Criadores quem, por aqui, engorda rebanho atrás de cerca.

E antes que enxotem o tema...

Que tal asfalto bom, acostamentos e sinalização vertical e horizontal?

sábado, 18 de junho de 2011

A vidente

O amigo de quem conto o “causo” é hoje pai de família recatado e abstêmio por opção.

Nem sempre foi assim...

Embriaguez fácil, durante anos foi a “alegria” de garçons e donos de bar saqueadores.

Os porres de final de semana não pediam hora, nem local.

E foi numa casa de striptease que conheceu Jesiangela, a essa altura mais melado que espinhaço de pão doce.

Nada de sexo. O sujeito tinha o vício de aprumar a língua em copo.

Papo vai, papo vem, a dançarina diz a ele ser vidente.

O outro duvida, ela insiste.

“Tá devendo o Paraíba, mil e oitocentos, duas parcelas atrasadas”.

O outro começa a prestar atenção, ela continua.

“Nasceu em tanto de tanto de mil novecentos e... É casado, casal de filhos, a menina usa óculos...”.

“Poxa, tu é o bicho, hein?”, exclamava alto, a cerveja em auxílio.

Meia hora de conversa fora o bastante.

Jesiangela enfeitiçara o bebum, que já não aguenta voo rasante.

Uns amigos em mesa ao lado o salvam da pane.

Anos a fio de pilantragem, a vidente afanara a carteira do “enfeitiçado”. Eles viram e abriram o bico.

Confusão dos infernos, gritos, corre-corre, a polícia em revista.

Quanto tempo depois não sei, mas a tal boate fechou, nunca mais ouviram falar de meninas e dançarinas adivinhas.

Nosso amigo, soube, fechou corpo e copo bem mais cedo.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O pipo

O homem tinha a chave de testes dos nervos da casa.

Duas ou três idas à oficina e nada.

Era preciso repetir recados, chaleirar, acenar com “algum” a mais.

Atenção, o homem gordo e sua maleta gorda chegaram.

Era a personificação da empáfia. Nem boa-tarde ouvíamos.

“Pois nem merenda vai ter, seu desgrama”, ameaçávamos. Ficava no pensamento.

O homem abria o aparelho, verificava válvulas contra a luz, remexia, cutucava.

Estávamos certos de ter ouvido “hum-huns” estranhos, quase mau agouro. Rezávamos.

Ficou tempão nesse frege, até que pediu um pipo de borracha ao meu pai.

Apalpou o objeto, conferiu a maciez, o colocou entre duas peças.

“Liga!”, gritou, a voz mais mortífera que flecha apache.

Mesmo “feridos”, tínhamos de volta a nossa televisão.

Desde esse dia tive certeza.

Técnicos e tevês sugam bolso e paciência da gente.

O conserto? Um dinheirão, e graças a pipo lá de casa.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Desastre espacial

“... Próximo a Alcântara está o Centro de lançamento Alcântara, de onde são lançados os veículos lançadores de satélites para o espaço”.

A excepcional descoberta é do “Adoro Viagem”, da UOL, ao descrever a cidade fundada em dezembro de 1648 – três e seis anos após São Luís.

Depois dessa, o melhor é mudar do rumo da prosa... e da viagem.

Roubo milhonário

O Mercado Central está desolado.

Roubaram o pé de milho nascido no canal de drenagem em construção.

Segundo autoridades, o São João é "próprio para o surgimento de novas quadrilhas".

“Foi inveja. A planta era mais rápida que a obra”, rebatem no local.

Agências de viagem aderiram ao protesto.

“Cozinham em banho-maria os turistas que aqui vêm apreciar nossas origens juninas”, divulgaram em nota.

Os mercadores prometem desforra.

Negociam denunciar o crime ambiental plantando bananeira no centro histórico.

Salve o cerrado


Salve o Cerrado Brasileiro.

Excelente vídeo postado em site do exterior.

Clique no linque para ver:

http://tastelikepizza.com/item/2011/06/save-the-cerrado

Sexo do Mao

“Robô que colhe sêmen é apresentado em feira da China”.

Pelo sugestivo formato do orifício – digo, da máquina – logo a ciência anunciará o primeiro caso de gravidez robótica do mundo.

Durante a apresentação do dispositivo foi um põe e tira dedos sem fim.

As chinesas estão indignadas com o novo "Mao do Sexo".

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Baratinados

“Campanha de Incentivo à Doação de Sangue no São João”.

É brincadeira comigo, com o São João ou com o cervejão?

Nem ouso imaginar anêmicas e sem brilho as índias de Nina Rodrigues, os batalhões de Maioba e Maracanã tocados a quissuqui e cremecraque.

Quem inventa essas campanhas fora de prumo pula quadrilha com o Drácula,
nem sangue de barata tem.

Caos aéreo

“Urubus ainda são ameaça a aeronaves no aeroporto de São Luís”.

E também culpados pelo overbooking e pelo atraso nos voos e obras do terminal.

Enfim um caos onde o prefeito é mero passageiro da agonia.

Frente e verso

São Luís sedia nesta quarta-feira, 15, a 35ª Reunião Ordinária do Conselho de Segurança Pública do Meio-Norte (Comen).

Enquanto isso, operários capricham na “segurança” do Palácio dos Leões...

The Missileine´s history

Missileine é language coach.

Professora de línguas personalizada.

O condomínio só veio a descobrir troço e definição quando o inglês foi elevado a idioma oficial da portaria e elevadores.

Tanto um quanto outro só abriam boca e porta com legítimo “Good Moorning”.

“Good Moorning, Missleine”, respondia o prédio, encantado com a elegance.

Empolgadíssima com a evolução dos students, Missileine caprichava nas expressões idiomáticas e avisos coletivos.

Dependendo do humor matinal, percebiam em instantes se estava down, happy ou low profile.

Por SMS e Skype, of course.

Tanto encantamento desgasta magia e mágico.

Os porteiros ameçaram enviá-la ao Mississipi em chamas quando os denunciou por exigir, e não obter feedback, para pendência “very important”.

A gota d´água veio com a exigência de retirada do car wash a duas quadras que a incomodava aos sábados e domingos.

“Vocês não têm feelings e nem approach”, despediu-se.

Há dois anos condôminos e porteiros não falam com Missleine. Em inglês ou outra língua sabida.

Viram-na triste, os nervos em frangalhos. Souberam-na próxima a Burnout total e irreversível.

Pressionado, o síndico pediu “um time” para saber se o assunto pode ser discutido em assembléia.

Pobre Missleine.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O Führer no Cumã – Dois

Nonato Brito, do Vimarense (www.vimarense.zip.net), em comentário ao jornalista Marcos D´Eça, que repercutira em seu blog a crônica de Joaquim Itapary, põe mais luzes no “monstro” que aterrorizou a Guimarães de 1944.

O tema era de domínio público na cultura popular e “foi bastante utilizado por cantadores de bumba-boi do nosso município na década de 40”, diz.

E foi buscar trecho de livro de 2007 do escritor Paulo Oliveira, promotor de justiça aposentado.

“... em pleno curso da II Guerra Mundial, quando os submarinos alemães atacam nossos navios mercantes na costa brasileira, é visto, periodicamente, um desses vasos de guerra, à noite, na baía de Cumã, especificamente na localidade Gurita, desembocadura do Rio Pericumã, enquanto isso, o barco “Nazaré”, pilotado por João Pontes, pertencente à Usina Joaquim Antônio, sob a gerência de Abelardo Ribeiro, clandestinamente efetua o transporte de peixe, carne e camarão secos, além de galinha, porco, açúcar, feijão e água para suprimento daquele gigantesco objeto marinho que a população regional passa a denominar de ‘Monstro’”, escreve Oliveira em “Cronologia da História de Guimarães”.

“Na verdade, desde o primeiro flagrante da visão do mesmo, ali ancorado, o pânico toma conta de todos, com boatos de todo gênero, inclusive, de que o estranho objeto se trata de uma monstruosa cobra ou serpente marinha e que, para combatê-la, com espingarda na mão, armam-se alguns destemidos e desinformados guimarantinos. Nesta mesma época, aparecem sobrevoando os ares da região a aeronave conhecida por “Zepelin”, da força aérea americana, sobretudo entre o trecho Guimarães e Usina Joaquim Antônio, objetivando vistoriar belicamente esta região, a fim de detectar provável presença do inimigo”, cita Brito com referência no livro.

O Führer no Cumã – Um

Agosto de 1944, um ano antes do término da Segunda Guerra.

Em praia de Guimarães, na Baixada Maranhense, começa a correr a lenda de "monstro" a alumiar a noite.

Era o SS-199, que transportava Adolf Hitler e sua amante Eva Braum, segundo a revista alemã Der Spiegel.

O diário de bordo do submarino, base da reportagem, citava 2°o7’57” de Lat. S e 44°36’04” de Long. W – as coordenadas geográficas de Guimarães.

Durante dez dias o Führer zanzou incógnito pela Baía de Cumã.

E o que diabos fazia no Maranhão?

Ironicamente, fugia de conspirações e tentativas de assassinato nazistas.

E o “monstro”?

Os “olhos” do submarino a focar a praia à noite para uma Eva reclusa e entediada.

A história chegou a nós por Joaquim Itapary, em crônica imperdível em O Estado do Maranhão (19/11/2009).

O escritor conta que o navio, após dez noites, retornou a Bremerhaven, na Alemanha.

A Der Spiegel traz referência ao pescador vimarense Coutinho, que teria presenteado os forasteiros com cestos de camarão e peixe, também narra Itapary.

O "bicho-papão" deixou rastros...

Letra no forno

Há de tudo na prateleira da internet. É preciso saber apreciar. O tempo é uma fortuna. Para fugir do variado cardápio de iguarias indigestas, recomendo o Cuscuz Delivery (cuscuzdelivery.blogspot.com), blog do jornalista Reinaldo Barros. O texto tem sabor e abre o apetite para a informação despretenciosa.

Reinaldo Barros escreve sobre temas variados - vai da literatura à política com insuspeitada desenvoltura, por exemplo -, sempre com uma linguagem picante, às vezes ácida, como pedem os bons banquetes na oferta de sabores da blogosfera. Não, ele não é mais um blogueiro ofegante atrás do furo jornalístico. Tem maturidade o suficiente para deixar que outros brinquem por aí de pega-pega.

Cuscuz Delivery é prato cheio para quem tem fome de inventividade.


* Do jornalista Félix Alberto Lima em seu blog O Redemoinho (oredemoinho.blogspot.com). Muitíssimo obrigado, meu caro.

domingo, 12 de junho de 2011

A troca

Canto da Fabril, à esquerda de quem chega ao estádio Nhozinho Santos.

Chamava-se Malvina Aboud o edifício no canto.

O carcamano agora é outro: Emilio Ayoub.

Pode ser alterado o nome de prédio?

O Código Civil diz que sim.

É trabalheira danada, a começar pela aprovação de dois terços dos condôminos.

Talvez não aqui, terra de mil e uma noites.

Cidades invisíveis

“Em toda cidade que percorremos ou estudamos há uma cidade preexistente, que sem dúvida é imaginária, é profunda. É uma cidade que se enraíza na memória dos construtores, dos seus praticantes, isto é, aqueles que a usam diariamente. ”

É de Italo Calvino, autor entre outras obras de Cidades Invisíveis.

sábado, 11 de junho de 2011

Fora do prazo

Termina o prazo para inscrições ao Enem.

Para as bobagens da Educação, nem o Haddad sabe.

O preço da fama

Cinquenta e seis quilômetros de asfalto na zona rural.

E nenhuma linha de arroz e feijão, nenhuma escola, nenhum posto de saúde.

É o bom preço da fama.

Agora vai

Repavimentação asfáltica de avenidas e ruas.

“Revitalização de vias”, sopra a prefeitura.

Fiquei entusiasmado com o anúncio.

E preocupadíssimo, confesso.

Fixaram em sete meses o término dos serviços, que começam agora em junho.

Mês seis mais sete meses...

Epa, essas obras vão terminar debaixo d´água ou será o aguaceiro que vai diluir as sobras?

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Transe médico

Uma pediatra recém-formada assinou contrato com prefeitura de município da ilha.

Salário acima de vinte mil, a capital a meia hora de carro.

Dois meses depois o pedido de demissão.

A moça ficou em transe quando soube do trabalho: atender cento e cinquenta crianças por dia.
O prefeito, fui informado, ainda não encontrou substituto.

Apesar do “incremento” de cinco mil no soldo.

Loucos de dar dó

Virou moda entre adolescentes alemães, e não tarda por aqui – se é que não chegou.

Para ficarem bêbados rapidamente – e disfarçar o cheiro da bebida – rapazes e moças agora se drogam com absorvente higiênico umedecido em vodca. Aqueles do tipo “OB”.

E onde colocam? No ânus e na vagina, literalmente.

Com sérias restrições para a compra legal de bebidas, eles recorrem à “embriaguez segura”.

O método não tem nada de seguro.

Há relatos médicos sobre danos às paredes vaginais e do ânus e infecções graves.

Obs: quando encontrar alguém em que as partes íntimas falem alto e com voz pastosa, saia correndo ou caía na gandaia.

São João no pé

“Pé de milho cresce em obra de drenagem no Mercado Central”.

Só no pipocar do São João.

Quando acabar a festança, voltam os pés de capim.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Saindo do buraco

Convocam ato público contra os buracos para o domingo, 3, na Avenida Litorânea, 8h às 11h.
A chamada geral corre de janela em janela no Facebook.

Três mil e duzentos sem-terra abaixo dos pés confirmaram participação até esta quinta-feira.

O Corpo de Bombeiros será o local de concentração.

Por medo de quedas antes da hora ou que incendeiem o circo da cidade na saída?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Bum!

Surge medida de impacto para conter os roubos explosivos a caixas eletrônicos na capital.
Diariamente, dezenas de máquinas são retiradas de comércios a pedido dos donos.

A continuar a sangria, logo teremos de pedir “algum” aos novos depositários para o final de semana.

Quem?

Placa à porta da Delegacia da Mulher, na Beira-Mar:

“Estamos em greve”.

Quem?

Delegados, servidores ou vítimas?