Um homem tentava fazer crer a interlocutores que um
meteorito caíra na Rússia, nesta sexta-feira, deixando rastro de centenas de
feridos.
Os colegas riam dele e, incrédulos, perguntavam se não
confundira Rússia com “Montanha Russa”, a descida íngreme no centro histórico de São Luís.
Em gestos acintosos, ora apontavam ,
ora o prédio da prefeitura de São Luís, ao pé do precipício.
O homem, creio, deve estar a caminho do meteorito a essa hora. Ruço da vida!
Namorados e amantes
que se aqueciam à Praça Gonçalves Dias estão indignados.
Há quem tenha atribuído
a eles o clímax que fez ruir parte do local, e não ao dilúvio de quarta-feira.
Esquecido em sua
prisão aérea, o poeta espera que o mar tenha compaixão dos que vivem ao largos dos
amores.
Há disputa em curso
nos bastidores do poder municipal para ver o quê mais caíra em São Luís até o
final do inverno:
- castelos ou
palácios?
Uma terceira aposta
corre por fora:
- canais e galerias
de drenagem.
Se o que sobrar daí não te atinge, caia fora.
O tempo não é de poesia.
A chuva trouxe abaixo parte da Praça
Gonçalves Dias.
O quê mais, até o fim do dia?
Oxalá em meio a tanta agonia,
Não inaugurem praça com nome da nossa
apatia.
Não em São Luís, não em Caxias.