Vi meu primeiro Carnaval de rua nos anos
sessenta.
Pequeninas, as escolas de samba de São Luís
desfilavam pela Avenida Magalhães de Almeida – ao lado lá de casa –, e dali rumo
ao Mercado Central.
Para onde seguiam, jamais me deixaram
saber.
Só eu e uns poucos a olhávamos. Samba e batucada eram "ofícios" de malandros.
Lembro-me dos batuqueiros e de seus
instrumentos artesanais, do estandarte glorioso da “Marambaia do Samba”, das
mulheres costuradas no melhor traje que a pobreza podia comprar.
Lembro-me de “Tarzan”, um ajudante da
oficina de cartazes e sonhos do Cine Éden, também apegado. Era tocador de retinta
ou repique, creio.
Carnaval, ritmistas, escolas, "Tarzan", o Cine Éden, a casa
alugada onde morávamos na Rua de Santana, papai e Flávio morreram um dia.
Lembro não desses dias.
Às vezes tenho quase certeza. Fui antes.
Mais de 600 “mijões” foram detidos pelo uso
indevido de vias públicas durante o carioca.
Repetissem a operação em São Luís, em menos
de uma semana esgotariam a capacidade de público do Castelão.
À falta de novas vias para escoamento do
tráfego, o ludovicense responde com espetacular fluidez das vias
urinárias.
A prefeitura que a tudo lava,
a ninguém afogue.
O mandato dos novos prefeitos mal começa e
já penso em 2016.
Sabe-se lá o que parte deles trama, desde
agora, para surpreender antecessores, sucessores e eleitores.
Caso te "ceguem" um olho, ponha o outro nos indicadores.
O clima carnavalesco de São Luís contagiou
a vizinha Rosário.
A única programação reuniu doze heroicos
pierrôs e colombinas.
A folia foi suspensa pelo excesso de “confetes”
do prefeito anterior, comentam desde o Estreito dos Mosquitos.
Emotivo, o homem não aguentou esperar o estouro
da festa.
Grupo numeroso cozinhou vingança maiúscula
nesse Carnaval: o das domésticas.
Entre elas há quem tempere folia desde a
semana passada e vá levá-la em banho-maria até o “Lava-Pratos”.
Em Ribamar, no domingo, patroas em comissão
de frente se entregavam a promessas ao santo.
Acostumado a festas e perdões, São José nem
deu bola ao chororô das mortas de fome.
Se São Luís renunciou ao Carnaval, e Bento
XVI ao papado, não custa crer que Renan Calheiros deixará a presidência do
Senado.
Enfim, Portugal tem algo a ensinar aos
políticos brasileiros.
Flagrado em excesso de velocidade em
estrada daquele país, o deputado Mário Simões há um ano escapa de multa por não
entregar documentação do veículo.
A Guarda Nacional Republicana descobriu: ele
possui três casas e mora numa quarta.