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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Toque na eternidade

Vi meu primeiro Carnaval de rua nos anos sessenta.

Pequeninas, as escolas de samba de São Luís desfilavam pela Avenida Magalhães de Almeida – ao lado lá de casa –, e dali rumo ao Mercado Central.

Para onde seguiam, jamais me deixaram saber.

Só eu e uns poucos a olhávamos. Samba e batucada eram "ofícios" de malandros.

Lembro-me dos batuqueiros e de seus instrumentos artesanais, do estandarte glorioso da “Marambaia do Samba”, das mulheres costuradas no melhor traje que a pobreza podia comprar.

Lembro-me de “Tarzan”, um ajudante da oficina de cartazes e sonhos do Cine Éden, também apegado. Era tocador de retinta ou repique, creio.

Carnaval, ritmistas, escolas, "Tarzan", o Cine Éden, a casa alugada onde morávamos na Rua de Santana, papai e Flávio morreram um dia.

Lembro não desses dias.

Às vezes tenho quase certeza. Fui antes.

Implubicável limpeza pública

Mais de 600 “mijões” foram detidos pelo uso indevido de vias públicas durante o carioca.

Repetissem a operação em São Luís, em menos de uma semana esgotariam a capacidade de público do Castelão.

À falta de novas vias para escoamento do tráfego, o ludovicense responde com espetacular fluidez das vias urinárias.

A prefeitura que a tudo lava, a ninguém afogue.

A vida é bela

O mandato dos novos prefeitos mal começa e já penso em 2016.

Sabe-se lá o que parte deles trama, desde agora, para surpreender antecessores, sucessores e eleitores.

Caso te "ceguem" um olho, ponha o outro nos indicadores.

Rosário de lágrimas

O clima carnavalesco de São Luís contagiou a vizinha Rosário.

A única programação reuniu doze heroicos pierrôs e colombinas.

A folia foi suspensa pelo excesso de “confetes” do prefeito anterior, comentam desde o Estreito dos Mosquitos.

Emotivo, o homem não aguentou esperar o estouro da festa.

Vingança bem temperada

Grupo numeroso cozinhou vingança maiúscula nesse Carnaval: o das domésticas.

Entre elas há quem tempere folia desde a semana passada e vá levá-la em banho-maria até o “Lava-Pratos”.

Em Ribamar, no domingo, patroas em comissão de frente se entregavam a promessas ao santo.

Acostumado a festas e perdões, São José nem deu bola ao chororô das mortas de fome.

O Senhor é santo

Se São Luís renunciou ao Carnaval, e Bento XVI ao papado, não custa crer que Renan Calheiros deixará a presidência do Senado.

O ligerinho

Enfim, Portugal tem algo a ensinar aos políticos brasileiros.

Flagrado em excesso de velocidade em estrada daquele país, o deputado Mário Simões há um ano escapa de multa por não entregar documentação do veículo.

A Guarda Nacional Republicana descobriu: ele possui três casas e mora numa quarta.