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sábado, 17 de setembro de 2011

O outro lado

Tudo bonitinho, tudo ensaiadinho.

Crianças descrevem na tevê os argumentos para convencer os pais a economizarem água durante o banho e a escovação de dentes.

“Pai, se a gente não cuidar vai faltar água no mundo”, grita a consciência ecológica infantil.

Do outro lado da rua, papai e mamãe gastam milhares de litros na lavagem semanal do carro.

Do outro lado da mesa de trabalho, dão o exemplo do copinho de água e café único durante o dia.
Do outro lado da eficiência, as companhias de saneamento nem ligam mais os inúmeros vazamentos.

Do outro lado da sua conta, alertam: “economize água”.

Do outro lado da cidade, milhares de fábricas e indústrias matam rios e mangues com lixo químico.

Do outro lado da mídia, oferecem prêmios a quem inventar soluções para o esquecimento industrial.

Do outro lado do país, navios-tanque estrangeiros furtam descaradamente a água do Amazonas.

Do outro lado da vida, vida não há.

Os inventores


Um “inventor” maranhense investiu seis mil reais na instalação de painéis solares no telhado da casa.

Fará economia mensal de vinte reais na conta de energia elétrica, orgulha-se.

Daqui a trezentos meses perguntarão aos tataranetos se a tal invenção “brotou” em noite de lua cheia ou quarto minguante.