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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A anatomia em crise

“Atriz leva título de bumbum mais bonito do mundo”.

Segundo indicação da revista francesa “GQ”, é o da americana Sienna Muller.

Pelo visto – e não visto – a crise mundial ultrapassa o euro e tem epicentro na França.

Como cantiga de grilo

A tortura se repete a cada semana.

Refiro-me aos colégios que impõem aulas nos finais de semana em complemento a cinco dias em que alunos e professores engendraram sabe-se lá o quê.

A coisa começa a pegar pra valer quando se aproximam o Enem e o vestibular.
Sofrem os estudantes e sofrem os pais, uns pobres servos das vontades escolares e do trânsito. Dos filhos, bem, deixa estar...

O final de semana ainda não terminou e há agenda de aniversários, festinhas, reuniões e baladas por cumprir.

Penso certas horas – quase convicto – que diretores e professores julgam que nenhum pai e mãe tem tarefas a cumprir aos sábados e domingos.

Pior: todos são ricos, têm coleção de carros e motoristas em tempo integral.

Muito pior: têm disposição inteiriça como cantiga de grilo.

Qual opção? Ser ricos em paciência e por o carro em movimento.

Deem licença que chamam lá de fora.

Iguaiszinhos

Cresci vendo-o perambular pela Praça João Lisboa e arredores, a popularidade a rivalizar com “Rei dos Homens”, ambos personagens típicas da São Luís da década de sessenta.

O chamavam “Boquinha” e creio que dos que conheceram poucos lembrarão o nome.

O apelido, diziam, viera da boca aberta a gilete ou navalha. Chegara ao mundo sem a abertura bucal, também falavam. Era ser medonho, imundo, uma camada grossa de remela a escorrer pelo rosto.

Comia do que davam a ele em vasilha ou papel. Comia em colher de mão, que vez por outra “limpava” pela calça.

Apesar dos maus modos, nunca soube de “Boquinha” um gesto de violência.

Contavam, nunca vi. Próximo ao Natal os taxistas da João Lisboa o agarravam para banho à força, o único do ano, entre urros e palavrões.

“Boquinha” e “Reis dos Homens” morreram.

O primeiro se foi e deixou maldição.

A João Lisboa ficou igualzinha a ele, porcalhona, cercada por restos de compaixão.