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sábado, 10 de março de 2012

Melodia noturna

Sábado, sete da noite.

Tocam a campainha e vou atender. Um homem altíssimo, negro, um vara-pau, pede ajuda.

Fora assaltado, corria o risco de perder o emprego, precisava de dezessete reais para voltar para casa, insiste.

Puxo dois reais do bolso e entrego a ele. O “pidão” agradece – “já é um começo”, retribui – e vai buscar outro “colaborador”.

Antes de sair da minha vista, reparo. O magrelo tem roupas limpas e em ordem (camiseta e bermuda), tênis e relógio. Não há cheiro de bebida.

Golpe? Sei lá.

Exceto pelo bigode ausente, o homem era sósia quase perfeito de Luiz Melodia.

Fui "cantado" por quem gosto tanto. Amém!

Tragédias nacionais

Um ano depois, Tóquio reconstruída, nenhuma lembrança aparente da tragédia.

Terremoto no Brasil?

As empreiteiras amigas do governo brigariam quatro anos pelo direito de tocar as obras, e seriam necessários mais quatro anos para finalizar os projetos.

No décimo ano do tremor verde-amarelo, o consórcio de construtoras anunciaria: os recursos acabaram. Caso queira pontes e estradas novas, o governo nos coce.

E o governo mobilizaria o país em cruzada cívica pela reconstrução nacional.

Ao final do décimo quinto ano, o que sair do papel, papel será.

Pescados na fé

Menos de dois quilômetros separam o retorno da estrada de Ribamar da praia de Panaquitira.

Pouquíssimas casas, boa parte delas à venda, inclusive um hotel.

Florescem pelo caminho os templos.

Pelo menos quatro estão de pé. Quantos mais trará a ?

Multiplicam-se os pecados; os pescados conte um mar de faz de conta.