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sábado, 31 de dezembro de 2011

O sistema

Mais um rompimento da adutora de Italuís – o milésimo, e não será o último.

Algum problema com a adutora? Nenhum, exceto falta de manutenção nos últimos trinta anos.

O sistema de abastecimento d´água de cinquenta por cento da capital foi entregue em 1981 pela Alcoa (Alumar).

De lá pra cá, nenhum cano novo. Mas quem tenha entrado e continue entrando...

Prisão de números

BR-135 é a rodovia federal mais perigosa do Maranhão.

Do jeito que a coisa vai, nem precisa por o pé na estrada para saber o que perigo.

Leram as manchetes?

“Entre 2000 e 2010, taxa de homicídios cresceu 329,7% no estado”.

Estamos entre os cinco primeiros do país nos índices de violência contra crianças e adolescentes.

Preocupado? Não há porque.

Vamos mergulhar em 2012 com um saldo e tanto na balança mortuária.

Fora da crise

Sorte nossa que a crise europeia não chegou a São Luís.

Lá pelas bandas do Vinhais e Cohama, o comércio vende como nunca nessa véspera de Ano-Novo.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A queda

Maria do Rosário, Ma do Rusá, Maria Baixinha.

Era uma das tantas meninas a deixarem o interior para viver sob a batuta de minha vó Mundica.

Era bicho brabo do mato, a língua mais afiada que navalha, um boi de carga no serviço.

“Areia panelas como ninguém”. Elogios mais bestas esses do sofrer alheio!

E tuas irmãs, Maria Baixinha?

- Ma de Fá, Ma de Lu, Ma da Conceiçón... E desfiava malvadeza sem tamanho.

Certa noite, soube, levou queda estupenda na Fonte do Ribeirão, e só para ver e ouvir a sua “amada” – a cantora Alcione. A visão do ídolo compensara o sofrer.

Um dia, Maria Baixinha desapareceu. Abriu-se o mundo, socou-se dentro.

Como tudo nessa vida.

O rei em armas

O rei tenta conter os ratos com a mão direita; com a esquerda, secretamente, os acaricia e alimenta.

Sem resistência regular, os roedores avançam. Momentaneamente torturado ante a ameaça de perder o trono, o soberano dirá aos súbitos: é urgente exterminá-los.

Assim é a fábula do desarmamento.

O rei ufana-se do recolhimento de 36,8 mil armas de fogo, em 2011.

Refém da nobreza e dos conspiradores palacianos, esquecerá, entretanto, de mencionar o quanto sacou para tê-las, o quanto recolhe em impostos para que continuem a ser fabricadas.

A fantasia pró-desarmamento vai continuar em 2012.

A cada súdito caído, mais e mais ratos.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O especialista

Currículo mais denso que um Vade Mecum, o notável especialista cunhou expressão inédita e definitiva em Segurança do Trabalho:

- Está tudo errado!

A assertiva foi recebida com assombro pelo meio científico. Apesar de extenuantes esforços, não foram poucas as vozes a se julgarem incompetentes para decifrá-la em plenitude, tal a pujança do enunciado.

E dito isto, o especialista partiu rumo a áreas do conhecimento ainda mais complexas.

Política, sociologia, jurisprudência, culinária. Nada falado ou escrito entre a terra e o céu deixou de receber a observação arguta do loquaz expert.

- Está tudo errado!

Soube-se, agora, por fontes confiáveis. Há décadas mantém farta correspondência com as principais lideranças políticas do país.

Biógrafos e historiadores a ele atribuem inequívoca participação no palpite a leis e projetos de inestimável valor social – quiçá no mundo ocidental.

Têm sido empecilhos quase intransponíveis ao merecido reconhecimento popular a indisfarçável modéstia e desapego ao sucesso.

Prova disso são os trajes simples e a inseparável maletinha onde guarda o precioso currículo. Para escapar incólume a assédios, recorreu a discretíssimos óculos escuros.

Em rara e recente aparição pública, cercado pela imprensa e admiradores, o especialista recebeu inesperado e inoporturno questionamento de um jovem aluno.

- E o que está errado, mestre?

Raciocínio e singeleza invulgares, o sábio homem de ciências foi imperativo:

- Pois eis que para que algo esteja certo, é preciso que tudo esteja errado!

Pronto! Estava criado o Segundo Princípio Sebastianense da Segurança do Trabalho.

Desde que nada esteja irremediavelmente errado, serve para tudo, descobrimos.

Passado em ruínas

Entra ano, sai ano, e jogam para o infinito o projeto de revitalização do centro histórico de São Luís.

Conhecem algum prédio que tenha recebido reforma e abrigue uma só família em condições dignas?

Conhecem algum sobrado em abandono a não hospedar desocupados e marginais?

Algum pedaço da história que não queiram em ruínas e estacionamento?

Engenheiros, arquitetos, urbanistas e o Patrimônio sabem.

Sem vida humana a habitar suas entranhas, o casario colonial está condenado à morte pior que o esquecimento e o descuido.

E o que não está morto por lá, dos quatrocentos anos não passará.

No oco da oca

Deputado quer transferir capital do Maranhão para Grajaú.

Até aí, nenhum problema.

Difícil vai ser convencer os Guajajara de que não são secretários de Estado por herança e direito.

Imaginem só Franciel Guajajara posando de governador, borduna em punho.

A cor dos bons fluídos

Cor da calcinha é aposta de famosas para atrair bons fluídos no Réveillon.

E no dia seguinte a mídia mundana divulgará em lista quem esperou, pelo menos, o romper do novo ano.

As manchetes em êxtase, entretanto, estarão reservadas a quem não viu a cor da chita e atirou timidez e pudores às águas de Iemanjá.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Obrigado!

Nunca fui muito de natais, mas gosto de ter amigos que gostem de festas e presepadas, de alegrias e furupas.

Gostam do Natal? Que bom que gostam.

Nunca fui muito de natais, mas quem sabe possa passar um deles em Nova Iorque...

Quero neve e uísque escocês, Jingle Bells e trenó, cascatas de luzes e o cartão de crédito apinhado de dólares para não saber-me atirado à manjedoura no dia seguinte.

Desejarei a companhia de vocês... de alguns a algazarra; de outros, a cumplicidade serena.

Desejarei estarmos vivos para tudo isso não seja um conto natalino.

Nunca fui muito de natais, mas quem sabe o de São Luís seja melhor do que o de Nova Iorque...

Em homenagem aos meus amigos terei caranguejo e arroz de cuxá, Cola Jesus, incenso e mirra... Os meus tesouros são dignos dos Reis Magos.

Quando for meia-noite abraçarei aos meus e a cada um de vocês.

Desejarei o melhor de mim e nada pedirei em troca, porque em 2011 tive o melhor de vocês. E porque tive, obrigado.

Longa espera

Repararam nas ruas e avenidas de São Luís?

Sem carros, sem neuroses, sem atrasos.

Reparem! Dois terços dos motoristas foram espiar que Ano-Novo é esse além do além do Estreito dos Mosquitos.

Seiscentos mil veículos em circulação na capital. Não fosse a tevê, nem lembraria.

No bloco de entrevistas, um engenheiro eletricista, membro do Conselho Estadual de Trânsito, afirma: nossas avenidas são largas – oito metros de “caixa” – e podem suportar mais uma faixa de tráfego.

Ou seja. Podem entupir de carros à vontade.

Nem sei porque certas “ideias” não chocam mais.

Deve ser porque estou sempre à espera de sinais.

Poeirão

E mal foi inaugurado sem conclusão de obras, o Shopping da Ilha foi rebatizado “Shopping da Poeira”.

Decerto pelo espantoso volume de terra nas áreas sem urbanização em volta do prédio.

Durante a semana vazou o “disse me disse”.

Duas lojas de grife tiveram de cerrar as portas, às presas, devido ao desmoronamento do forro. Na falta de um mordomo, entrou em cena o providencial avanço da Via Expressa.

Nas missas das seis da tarde celebradas no local, construtor, administradora e condôminos fazem figa: chuvas em São Luís, só no segundo semestre.

Bem, em se tratando do impossível, tudo neste estado de coisas é possível.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O mexe-mexe

O fato ocorreu em comarca do interior do Maranhão.

Intimado a responder em juízo pela acusação de bulir com a filha de seriíssimo pai de família, o acusado enfrenta magistrada e acusador.

- Foi esse cabra que mexeu com minha filha, doutora!

- Eu?!!! Eu apenas mexi no que há muito estava mexido e remexido!

E nada havendo mais a dizer ou a comprovar, não se mexeu mais em assunto tão delicado.

Estouros

Torço para que os turistas fechem olhos e narinas aos dois esgotos estourados na praça Benedito Leite.

Fora a referência genérica centro histórico de São Luís, a área abriga quatro imponentes palácios: Leões (sede do governo), La Ravardière (prefeitura), Clóvis Bevilácqua (Justiça) e Episcopal (Sé).

Agora, imaginem só o que estoura – e não sabemos! – fora do círculo de influência palaciana.

UPA!

É deveras gratificante saber que a UPA!, em São Luís, e o Socorrão, em Imperatriz, atenderam bem ao lesionado deputado federal Chiquinho Escórcio (PMDB-MA).

Espera-se, agora, que dispensem idêntico tratamento aos sem-mandato.

Curiosidade de eleitor.

Foi ou não foi falta o lance de futebol a provocar o inchaço no pé esquerdo do parlamentar?

Presume-se, esportivamente, que Escórcio protegeu o pé direito para jogos mais importantes.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

De um pobre diabo

“Nada contra os pobres, mas a castração seria quase 100% da solução p/ diminuir a enorme quantidade de trombadinhas q são despejados nas ruas diariamente só p/ infernisar a sociedade”.

De comentário no Terra à notícia de um morto em briga de vizinhos, em Ribeirão Preto (SP).

Não há o que discordar.

Certos sujeitos ocultos pulam do nado pra infernizar a vida da gente. Seja com bobagens, seja com erros de ortografia.

O dia seguinte

Beije a mulher, as crianças e o cachorro; não faça contas e não pague nenhuma outra; afogue o celular no vaso sanitário; mande seu vizinho chato tomar chimarrão com cremecraque; experimente sem censura os pecados capitais.

Pelo calendário do mau agouro, o fim do mundo chegará em 21 de dezembro de 2012 – uma sexta-feira.

No sábado, caso haja cerveja e futebol, e salão de beleza aberto, o pegapracapar deve ser adiado oficialmente para 2013.

Ainda bem!

domingo, 25 de dezembro de 2011

Boniteza

- Ela é bonitona que nem serra. De longe, uma formosura; de perto, coisa mais sem graça.

O contrato

- Pois bem, então estamos contratados!

Foi o que ouvi de Adilon Léda, Seu Adi, meu sogro, quando fui lhe comunicar o casamento com a filha.

Há 26 anos mantenho o contrato com ele e com Wilna.

Era homem íntegro nos negócios. A lida muita com a vida aperfeiçoou o manejar firme das palavras.

Guardo dele saudades, o contar dos causos, as tiradas singulares.

- Quando a carrada é de açúcar, até a poeira é doce!”.

Ora se é!

Eu acredito

E já que ela descobriu vocação para a maternidade de ricos e pobres, e logo no Natal, vamos acreditar que em 2012 veremos bom reajuste na mesada-salário dos filhos-servidores, e não esqueça os que nada tiveram, além de tênue esperança?

E sem perder o rumo da prosa.

O vídeo de Natal da governadora não foi presente de nenhum Noel grego, foi?

Pousos e repousos

Estacionamentos em aeroportos representam 20,4% da receita total da Infraero.

Aqui em São Luís, a boa receita aeroportuária para o Ano-Novo é não se aporrinhar com o que chegue ou deixe o aeroportinho do Tirirical.

E na carona dos ventos de 2012.

Quando a Infraero irá anunciar a enésima remarcação das datas de término de obras e de reabertura do aeroportinho?

Com o inverno à porta, é conveniente encomendar novo lote de tendas. Em material impermeável, não esqueçam.

Sorte nossa termos comissões parlamentares a acompanhar tudo o que se passa, e não passa, por nosso espaço aéreo.

sábado, 24 de dezembro de 2011

É Natal!

Manhã de Natal. O menino que vigia as noites acorda com metralhadora ao lado.

Presente de papai ao filho primogênito.

Espiei quando o meu Noel a deixou num canto do beliche.

Detestava armas e violência, mas jamais perguntei ao senhor de bigodes o por quê daquele artefato na minha vida.

Queria-me pronto para as guerras? Liberto da timidez?

Ficarei sem respostas.

Quando o câncer o levou embora, nos deixou sem palavras. Nele, eram tão poucas, tão suficientemente fortes, tão verdadeiras.

Não tenho filhos homens, não aprendi a fazer guerras, não tenho armas – uma baladeira sequer.

O quê aprendi? A guardar comigo, em lugar seguro, os natais de Júlia e Maria Laura, minhas filhas. Não é pouco, admito.

É Natal? Que seja. Para todo o sempre.

Corte profundo

Apenas cinco maranhenses estariam concorrendo no Enem 2011 para Medicina.

Candidatos de outros estados dominam com folga o restante das vagas.

Imagine quando os “estrangeiros” avançarem sobre o restante dos cursos.

Diário de bordo

Maranhão fabrica e exporta embarcações para o estrangeiro.

Graças a Sérgio Marques, que conhece a manha das marés e catamarãs.

Só por curiosidade.

O próximo lote de encomendas incluirá a nau dos desvalidos?

E antes que a prosa siga o destino da Arca de Noé.

Cadê o estaleiro-escola que o governo alardeou para o Tamancão?

A saudade

Ela ouve música, chora e pergunta se não tenho saudades.

Saudades? Tenho.

Do tempo que a audição a habitar em mim tocava o mundo.

Perdi música e ouvidos. O mundo, quem sabe um dia recupere.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A mão e a demão

Aviso em banheiro de lanchonete.

A comissão das comissões

Comissão de deputados irá fiscalizar o Vale Beijing.

Será que navio avariado, e sob ameaça de naufrágio, resistirá ao peso da nobre visita?

E na marola das comissões, quando formarão uma para fiscalizar a comissão de frente da Beija-Flor?

Sim, é urgentíssimo, diante dos prematuros sete meses que separam São Luís dos quatrocentos anos.

Nesse caso em particular, uma escola não seria mais apropriada?

A proposta

Alguem liga e oferece plano mirabolante para o telefone fixo.

- Menor custo, sem assinatura, garantia de permanência do número, outras “vantagens”.

Apesar do clichê comercial, deixo o monólogo fluir. O sujeito sabe o nome do titular da conta, quanto gasta, para quem a família liga com regularidade.

- O seu Cep é...?...

- Sim, confirmo.

Após breve instante, o outro manda ver:

- Ah, o senhor desculpe, mas ainda não estamos atendo sua área. Boa noite, bom Natal e até a próxima oportunidade...

Será que o tal de espírito natalino deixa a gente mais tonto que de costume?

Sei não, mas fora de área, com certeza.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A profecia

A caixa de supermercado:

- O senhor já viu Natal mais estranho?

- Estranho como?

(vendas em declínio, ameaça de desemprego, brigas com o namorado ou o marido, novas greves à vista, falta de dinheiro no caixa do governo e prefeitura – as suposições são muitas).

- Sei lá, estranho! Sabe aquela sensação de que aconteceu tudo num ano só e, ao mesmo tempo, não aconteceu nada?

- Isso é próprio de São Luís, não é não? – insisto.

E ela, definitiva:

- Não senhor! Tem tudo a ver com aquela profecia do Tim Maia!

Pronto, alguém de bom senso arrisca versão nacional para a profecia Maia.

Estamos salvos!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A festa

Na São Luís onde tudo acontece por nada e nada acontece.

Recepção de casamento contratada com antecedência e a peso de ouro.

No dia, o pagode solto, a mãe da noiva se empolga, saca o talão de cheques e pede a prorrogação do comes e bebes.

O pessoal do buffet olha com desdém para ambos e solta o ultimato.

A senhora teria meia hora para terminar a folia e dispersar os convidados, sob pena de todos serem enxotados pela polícia.

A senhora implora, chora, clama por serenidade, alude, em desespero, ao trauma e constrangimento dos recém-casados e convivas.

Qual nada!

Quem foi ao rega-bofe conta horrores sobre o final da festa.

A máquina do mundo

"E se não podemos consertar radicalmente a máquina do mundo (que já saiu da fábrica bem desarranjada, graças a Deus!) procuremos ao menos ir deitando um escasso pingo de azeite em cada uma das suas molas perras, para que o monstro canse e triture o menor número possível de vítimas."

De Olavo Bilac, "príncipe dos poetas brasileiros" e membro fundador da Academia Brasileira de Letras.

Choque econômico

“...Para Nonato Castro, diretor de Distribuição da CEMAR, este projeto vai causar um grande impacto na preservação do meio ambiente e na economia do maranhense..."

De release distribuído pela Cemar (centrais elétricas) sobre o ECOCEMAR, programa para coleta de produtos recicláveis com apoio da comunidade.

Se vai provocar grande impacto na economia, imagine a intensidade do choque.

Não será na próxima conta, será?

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Acendam as velas!

Filas enormes para a compra de velas e lanternas nos supermercados e quitadas de São Luís, na tarde de hoje.

Num passe de mágica, as luzes do Natal foram substituídas pelo apagar das luzes nas secretarias e órgãos municipais.

Nos corredores do executivo, a segunda-feira foi dedicada às lamentações.

Com o blecaute provocado pelo corte de energia, ficou quase impossível tatear os oitenta e três milhões em convênios na seção de achados & perdidos, queixavam-se zelosos servidores.

O preço do Natal

Nem só de altura e peso sobrevive o Natal em São Luís.

Teria custado a bagatela de cinco milhões de reais a árvore natalina “plantada” pela prefeitura na praça Maria Aragão.

Com um dinheiro desses dá pra começar um belo trabalho de arborização de capital, ou não?

Shopping tudo

Está aberta a temporada 2011-2012 de inauguração de obras com término ao deus-dará.

Entra na passarela nesta terça-feira o Shopping da Ilha, no Maranhão Novo, com direito a coquetel a investidores e convidados.

Os organizadores rezem para que não chova.

Com a falta de urbanização no entorno do prédio, caso caia um pingo d´água aquilo vira pista de motocross num segundo.

Na dúvida, vá de taxi ou carona.

E a “Louca do Rio Anil”? Vai aprontar por lá?

domingo, 18 de dezembro de 2011

Certos filhos incertos

É paulada na moleira a lei que proíbe aos pais de baterem nos filhos.

Vai demorar a que proíbe aos filhos de espancarem os pais, de os enterrarem vivos em asilos e solidão?

Prós e contras, contem quem anda apanhando feio.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Fábulas modernosas

Depois de enxurrada de denúncias e processos na justiça, a companhia de água e saneamento (Caema) tomou medida drástica:

Só intervem em esgotos da rede externa da casa, caso o dono esteja presente para autorizar e acompanhar os serviços.

Como nunca dizem quando virão, você decide: falta indefinidamente ao trabalho ou espera a eternidade pelos “sapos” – símbolo da empresa – ou pelo beijo libertador da princesa.

A ciência em coma

Milhões de remédios, pouca ou nenhuma cura à vista.

Perderam-se os lambedores, xaropes e vermífugos caseiros, os panariços, as garrafadas, os suadouros, as rezas de espantar mau-olhado em menino verde, os chás de sabugo e de caroço de abacate, o azeite doce, o mastruço com leite.

O paladar engana não. Essa cidreira industrializada é algo entre essência de chulé e o puxar da morte.

Nas farmácias, hipocondríacos em fila de execução. Há “remédios” para quais males? Os do corpo ou do espírito?

No mundo em coma, quanto mais sabida a ciência, maior a profissionalização das doenças.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dúvida natalina

Agentes de controle de endemias entraram em greve na capital.

Pelo menos Papai Noel estará a postos neste final de ano em São Luís, não?

O boato

Convidada maior na posse da nova mesa diretora do Tribunal de Justiça do estado, nesta sexta-feira, a governadora Roseana Sarney se ausentou por alguns momentos do salão das sessões plenárias – local do evento.

Foi o bastante para o correr do boato:

- A governadora se sentiu mal!

Incomodada por um calo no pé, foi atrás de um curativo tipo
bandaide.

Conseguiu, retornou à solenidade e ficou até o fim.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Barrigadas

“Grávida, Wanessa Camargo vai à festa de grife gestante”.

Chamada do Terra desta quinta-feira, 15.

Você se assustou com uma grife prenhe?

Imagine o Rafinha Bastos quando souber da nova barriga na praça.

Lógica “caipira”

Um político do interior maranhense – já falecido – organizou um baita churrasco com o propósito de arrebanhar simpatizantes para a campanha e eleição a prefeito.

Sem um tostão na carteira e no banco, recorreu à estratégia incomum.

No dia da festança, um boi na brasa, cerveja e cachaça não faltaram aos apoiadores. O arranjo foi um sucesso.

Algum tempo depois o candidato é “convidado” a pagar pela rês comprada no fiado.

E quem disse que se abalou?

A quem se aproximava com a história respondia em voz mansa:

“Faço um inimigo no fiado, mas não faço cem no apurado”.

E assim eleito foi. E assim viveu da “política” enquanto pôde, um gadinho aqui, um eleitor de bucho cheio acolá.

Caídas e recaídas

O Maranhão vive temporada ímpar de derrubadas.

Após denúncia, Assembleia derruba Lei dos Babaçuais.

Difícil, agora, vai ser encontrar área em São Luís onde se aviste uma só palmeira em pé.

Não estão tentando desequilibrar o autor da lei no cair da tarde, estão?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Ecologia furta-cor

Estudantes recebem certificação da prefeitura pelo cultivo de 400 mudas de ipês.

Ambos devem estar vaidosamente roxos – estudantes e mudas.

E não adianta ficar roxo de raiva, caso você e o verde não se vejam pela cidade.

A outra ponta do vício

A Sousa Cruz colocou supervisores de venda nas ruas – o Maranhão na garupa – para pesquisa de pergunta única:

- A campanha “O Brasil sem o cigarro” trouxe retração nas vendas?

A resposta tem sido “não”, invariavelmente.

Para surpresa dos pesquisadores, houve revendedores que acusaram aumento no consumo.

E aí?

A campanha é boa, tem o patrocínio da Globo mas esbarra no baixo poder de convencimento do apresentador-idealizador Dráuzio Varella.

Negócio da China

Estão de cabelo em pé, pelo acúmulo de dívidas, os empresários que investiram em lojas do Shopping da Ilha, no Maranhão Novo.

O drama atinge, em especial, quem atua no ramo de roupas e acessórios.

Os estoques e novidades chegaram a tempo. Agora, não param de chegar as duplicatas.

O centro comercial deveria ter sido lançado este mês, no boom de vendas do Natal.

Pelo andar da carruagem, as obras devem se estender por mais quatro meses, pelo menos.

Lojistas que duvidaram da “barbada” respiram aliviados.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O país tomba

Brasil 2010.

Mais de trinta e cinco mil mortos no “país do futuro”. Em números parciais.

A vida não para, não repara, não cala a bala.

No book dos tuiteiros

“...Quase tudo é bobagem nas redes sociais porque o ser humano é banal e vive uma vida quase sempre monótona e previsível...”.

De Luiz Felipe Pondé, na Folha de S.Paulo de segunda, 12.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ela vem aí

A prefeitura limpou bueiros, galerias e esgotos para o inverno que se aproxima, ou o aguaceiro vai mostrar – mais uma vez – quantas garrafas pets e sacos plásticos habitam em São Luís?

Farra antiga

A farra com os dinheiros públicos no Brasil é fato anterior à República.

Seis dias antes da derrocada do Império – 9 de novembro de 1889 – a Corte de Pedro II reuniu mais de cinco mil convidados em evento, no Rio de Janeiro, que a História registra como o “Baile da Ilha Fiscal" ou “O Último Baile da Monarquia".

A festança – organizada em torno da tripulação do navio chileno Lord Crockane – tentava mostrar o fortalecimento de um regime agonizante.

Os comes e bebes custaram cerca de 250 contos de réis, quase 10% do orçamento previsto para a província do Rio naquele ano. Em dinheiro atualizado, o equivalente a R$ 2 milhões.

Os recursos eram “destinados” ao auxílio de vítimas da seca no Ceará, disseram.

Os registros do baile apontam o consumo de dez mil litros de cerveja, trezentas e quatro caixas de vinhos, champanhe e bebidas diversas. Mais de oitocentos quilos de camarão foram devorados naquela noite.

No dia seguinte à farra, o pessoal da faxina teria encontrado dezenas de peças íntimas femininas espalhadas pelos jardins em torno do castelo.