São Luís está a poucas horas da receita da
imortalidade.
Visto que é terminante proibido adoecer a
quem não dispõe de dinheiro ou plano de saúde, só falta agora os coveiros do
município abandonarem pás e covas por atraso de salário.
De jalecos vazios desde novembro, os médicos
do Socorrão II saíram na frente.
E o parcelamento de salários anunciado pela
prefeitura?
E aquele R$ 1 milhão que não conseguiu
levantar o Carnaval, e seria o abre-alas da Saúde?
Em fevereiro, tudo é hospital?
Descobrem casa estreitíssima na Madre Deus.
Construída sobre o passeio público, mal cabe o morador em pé.
Caso o Crea e a Blitz Urbana percorram meia
dúzia de bairros e conjuntos de São Luís, vão flagrar descobertas bem mais
interessantes, e em série.
Muros, casas, acréscimos e comércios que
engoliram calçadas; escadas de acesso a pavimento superior erguidas sobre o
passeio público; esgotos domésticos direcionados a sarjetas; animais a pastar
em praças; lixo atirado em qualquer terreno que julguem baldio.
As duas São Luís – a antiga e a “moderna” –
continuam inteiramente invisíveis a quem não quer ver.
São Luís receberá 130 mil turistas no
Carnaval.
Difícil não será explicar a esse exército
carnavalesco o erro de folia.
Divida-os em “blocos” de 500 brincantes, e veja
quantos hotéis serão necessários para hospedá-los.
Ah, o pessoal não virá aqui para dormir!
É, talvez, então, venha acordar a cidade.