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domingo, 18 de março de 2012

A dieta

Fortaleza, Volta da Jurema.

Em mesa ao lado da nossa, um casal se empanturra com picanha na chapa e acompanhamentos. Chope vem, o diabo também, não deixam tantinho pra contar história.

Chamam o garçom.

Duas cocas diet!

Ante o olhar espantado do homem, a mulher solta:

- Estamos de dieta.

Fico boquiaberto como essas dietas de engorda funcionam mesmo.

Com coca diet, então, são tiro e queda.

Heleno (dois)

Em jogo pelo Botafogo, ainda no primeiro tempo Heleno de Freitas pede ao juiz que o substitua.

O árbitro o olha surpreso e pergunta se está machucado. Em resposta, aponta dois atletas do próprio time.

- Aquele ali não me passa a bola porque não quer; o outro, porque não sabe.

Por ironia, o craque jamais foi campeão carioca pelo Botafogo. O primeiro e único título estadual veio pelo Vasco.

Heleno (um)

Heleno de Freitas, centro-avante do Botafogo dos anos 40, vai chegar ao cinema na pele de Rodrigo Santoro. O original foi um dos craques mais controvertidos do futebol.

Rara habilidade com a bola, estilo elegante dentro e fora do campo, diziam nunca desalinhar o cabelo, mesmo em partidas sob temporal – proeza conseguida pela abundância de gomalina.

Era boêmio contumaz, notívago e mulherengo. O consórcio trouxe a ele a sífilis. Morreu aos 39 anos, depois de passagens por sanatórios, o cérebro dominado pela doença.

Na Colômbia, não reviveu a sequência de jogos excepcionais. Mas o suficiente para encher os olhos do já festejado cronista Gabriel García Márquez, que para ele escreveu “O Doutor De Freitas”. O escritor famoso viria mais tarde.

Torcedor roxo do Fluminense, também Nélson Rodrigues se renderia aos encantos de Heleno. “Não há no futebol brasileiro jogador mais romanesco”, escreveu.