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quarta-feira, 2 de maio de 2012

A cor do medo

O relato de moto a esperar o assassino de Décio Sá desencadeou de vez o horror de boa parte de São Luís quanto ao veículo e condutores.

E boa parte dos problemas de segurança na capital foi dirigida a ambos, como se antes da morte jornalista nenhum crime merecesse a atenção da comunidade.

Era fato incontestável. Um pistoleiro fora de moto atrás de sua vítima.

Poderia ter ido de carro, mas não. O veículo relatado era outro.

Por motivos diversos, e nunca bem esclarecidos, os centros urbanos alimentam a cada dia, mais e mais, atitudes de intolerância com os motoqueiros – sejam motoboys ou entregadores.

A presença de um abusado e saliente ao lado do carro – ou sua chegada em qualquer ambiente – é motivo para quase pânico e o soar de um sexto sentido em alerta constante.

A visão de um ser em trajes escuros e capacete à cabeça equivale a um encontro com um alienígena mal intencionado.

Não há como negar. As motos são alternativa viável a um trânsito que nos impõe mais medos que saídas; mais loucuras que sensatez; bloqueios intermináveis e nenhum caminho livre.

É pena que quem use moto quase nunca siga regras, e tente sempre impor as suas.

Condutores de carros ou motos têm origem idêntica: má-formação e deformação. Educação de trânsito ou deseducação em trânsito?

Preta ou vermelha, qual, afinal, a cor da moto usada pelo assassino de Décio Sá?

A cor do medo, e o que faz aos homens.

Solidão a dois

Maranhão tem o menor índice de divorciados do país, diz IBGE.

Não por amor ou convicção.

Muitos casais só aguentam o tranco a dois por medo de uma das partes em perder renda e bens em caso de separação litigiosa.

Evidentemente, os que têm algum recurso.

A quem não tem resta como recurso único dividir choro e vela.

Vidinha mais estranha essa de repartir cama, dívidas e aparências.