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domingo, 15 de abril de 2012

Benzinho vai a Paris

Um conhecido, já morto, quase nos sessenta cismou em ter amante.

Queria dar asas às muitas fantasias, e assim se atirou em voo cego.

Casamento sem filhos, finanças em ordem, dinheirinho bom na poupança, não tardou a encontrar mulherão bem maior que o seu querer.

Pareciam apaixonados, e era o que dizia nas raríssimas vezes que ainda nos encontramos.

Amor daqui e de lá, a moleca tratou logo de garantir dupla perpetuação: a da espécie e do “em espécie”.

Um dia o encontro cabisbaixo e pergunto pela saúde e pela nova família.

- Vamos bem. “Benzinho” está na Europa e me deixou morrendo de saudades...

- Do garoto, então?...

- O garoto ficou comigo. Tô me virando em cinco...


Desejei boa sorte a ele e o feliz regresso de “Benzinho”.

Pouco tempo depois, a “bomba”.

“Benzinho” estivera na Europa com o namorado, um rol de contas quase do tamanho do Sena. A aventura intercontinental veio documentada em fotos e vídeo.

Obra de quem, jamais soube o pagador, e eu muito menos.

“Bem” e “Benzinho” fizeram as pazes entre mil juras de amor e promessas de “não faço mais isso!”.

“Benzinho” retornou à Europa mais vezes. O segundo filho do casal “fala francês como um parisiense”, disseram-me.

A esposa?

Morreu à míngua, encerrada em Alzheimer e luto.

Pena! Queria tanto conhecer as cachoeiras de Paulo Afonso.