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terça-feira, 11 de outubro de 2011

O tempo era assim

Nos antigos cinemas de São Luís, os vendedores de bombons expunham as guloseimas em caixa de madeira que ficava presa às grades de ferro que ladeavam os prédios por tira de tecido grosso.

Nenhum deles se atrevia a invadir o Éden, o Roxy, o Cine Passeio.

A invasão era dos bombons, chicletes e gomas de mascar que tínhamos sempre à mão para disfarçar os primeiros cigarros, quem sabe melhorar um beijo.
Chicles e gomas eram pragas tão mortais quanto as balas de Sartana e Ringo. Uma vez na roupa dava um trabalhão tirá-los, quando isso era possível.

Mata-borrão, talco, gelo, gomar o tecido pelo avesso. Estratagemas muitas, quase nenhum resultado.

A modernidade matou os cinemas e, tiro certeiro, também Sartana e Ringo. Chicles e gomas , duvido. Outro dia mesmo os vi colados às fardas de uma escola pública. Como na minha época, os alunos escondendo os fundilhos com o espichar das blusas pra fugir de gozação e surras.

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