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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

De um tempo presepeiro

Lembro que à direita da entrada da Igreja do Carmo montavam presépio imponente.

Todos os anos ia vê-lo, ficava ali tempo enorme a admirar a encenação estática do nascimento do Cristo.

Eram estátuas graúdas, creio que esculpidas em madeira, e que a mim pareciam mais vivas e interessantes que os frequentadores habituais da praça João Lisboa.

E o menino Jesus recebia de braços abertos e a sorrir um outro menino – eu.

O presépio do Carmo era maior e mais bonito que o lá de casa. Ainda existe?

Ano após ano esperávamos por Vanderley, que o montava sobre a nossa mesa de jantar.

Onde comíamos? Quem sabe em manjedoura. Era dezembro danado de grande.

E Vanderley? Que os céus tenham recebido bem o bom presepeiro.

Mais de quarenta anos me separam desses natais.

E o presépio lá de casa foi encolhendo como mamãe.

Hoje, tão pequeninos, quase cabem em minha mão.

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