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quarta-feira, 11 de abril de 2012

É tudo verdade (dois)

Em fevereiro de 1942, Orson Welles conhece o carnaval carioca.

Getúlio Vargas o recebe no Catete e lhe conta os “progressos” do seu Estado Novo. As bravatas não impressionam o cineasta, que um mês depois, e depois de inúmeras noitadas no Rio, chega a Fortaleza.

Vargas teme a fama do visitante e o que ele possa dizer no estrangeiro sobre o que viu do regime brasileiro, e manda a temida polícia do Estado Novo vigiá-lo de perto. Não mais o deixariam.

“It´s All True” começa a ser rodado, contudo a produção sofre onda de atropelos.

Um dos quatro pescadores da história original é morto em acidente com a jangada, e substituído por um irmão; os censores getulistas; as limitações do orçamento o obrigam a adaptações. Hollywood o acusa de esbanjar dinheiro.

Há outra versão. Para fazer o filme andar, Welles para de beber e abdica de qualquer conforto. Dorme no casebre dos pescadores e, após feijão e peixe, escreve até a madrugada.

“It´s All True” jamais seria finalizado.

Há quem garanta, contudo, que o cineasta o deixou pronto.

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