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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O dia em volante fanho

- Viu, viu, viu aí o que ele ia fazer? Pensa que apavoro, pensa?

Disse isso e virou o rosto, os olhos cerrados, a cabeça quase deixando o carro.

- É garotão, é garotão! Sei pela música, música de garoto. Pensa que se bater perco dia? Perco não, mas ele perde o carro. Que é que o senhor acha?

- Desculpe, não vi direito... – tentei, sem querer insistir no papo, agradecido aos céus pelo fim da corrida. 

- Não viu, não viu? Tava tudo ali pra qualquer ver... Ei, ei, não tem nota menor, não?

Motorista fanho e com estresse do trânsito. Lembrarei na próxima vez que entrar num táxi.

- Ei, ei, não vai esquecer o paletó, tá?





A cor da riqueza

João Carlos Cavalcanti.

O nome sacoleja com força incomum o negócio mineral.

Perito em descobrir jazidas gigantes, o geólogo baiano contudo recorre a método sem nenhum cientificidade para chegar a patrimônio que supera R$ 2 bilhões: as conversas com o mundo espiritual. Ele dá outra versão para o sucesso: trabalho.

Contam que acorda diariamente às 3h da manhã e logo entra em contato com entidades cósmicas, que seriam de fato quem lhe revelam as riquezas.

Crendice ou não, o ex-sócio de Eike Batista – e que hoje processa o antigo parceiro – é citado como um dos bilionários do país, ao lado do próprio Eike.

Em abril, uma das empresas de Cavalcanti anunciou ter encontrado na Bahia depósito com 28 milhões de toneladas de neodímio – mineral raro e com largo emprego na alta tecnologia.

O neodímio nacional – ou melhor, de Cavalcanti – só encontra teor de pureza e quantidade idêntica na China.

Crendice ou não, o descobridor de minerais há anos se veste inteiramente de preto.