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sábado, 10 de novembro de 2012

Prática antiga

Comércio não é atividade para amadores.

O informal da Rua Grande é tão antigo quanto a via, ainda hoje a mais longa do centro de São Luís.

Lembro, menino, dos ambulantes chamados de camelôs e marreteiros.
 
Camelô vem de camelot. Vendedor ambulante de coisas de pouco valor, em francês.
 
Marreteiro é um regionalismo, e esteve em uso Brasil afora. Também foi sinônimo de trapaceiro.  

Havia por certo quem recorresse à Rua Grande para sobreviver, contudo parte das bancas era mantida por grandes lojas.

Evasão de impostos, diziam.   

Informais são os outros

Com a internacionalização da Rua Grande – o maior centro de comércio informal de São Luís – viraram rotina as agressões mútuas entre norte e sul-coreanos fugidos da Bolívia, e americanos desgarrados do Cariri.

As comemorações pela reeleição de Barack Obama, por exemplo, exigiram pronta intervenção da polícia, após denúncia de que haveria homens-bomba do Crato infiltrados em parte da via.

Entrincheirados em lados opostos da rua, coreanos e sírios de Pindamonhangaba ameaçaram reagir com mísseis a qualquer ato hostil. 

O mais tolo por lá, dizem, conserta Rolex com luvas de boxe.

O que importa é o visual

As três imagens são de campanha publicitária da Colgate.

Na primeira, a mulher tem um dedo a mais.

Na segunda há um braço fantasma

Na terceira, o homem só tem uma orelha.

Se não o notaram é porque a campanha cumpriu o seu objetivo:
 
Demonstrou que os restos de comida nos dentes chamam mais a atenção que qualquer defeito físico.