A seção “Fique De Olho" traz dois acréscimos. Muito bons, espalhe-se aos quatro ventos.
Soletrando é uma mão na roda para quem quer verter palavras e textos de acordo com as novas regras ortográficas. O serviço é rápido, confiável e gratuito.
O brasiliense Paulo Rebêlo, patrono do segundo saite, é jornalista, ex-correspondente de publicações estrangeiras e um cronista de textos adoráveis para ler e lembrar. E é justamente para essa vertente que chamo a atenção do leitor.
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terça-feira, 6 de setembro de 2011
O retorno
O computador nos impõe riscos demais.
Um deles – e dos mais perigosos – é a não-exigência de escrever à mão, o lápis ou a caneta a deixar no papel as ideias que o espírito fabrica em profusão.
Jornalista, acostumei-me nos últimos anos com rabiscos que mal decifro após cinco minutos.
Não mais existia a caligrafia própria. Algo caprichado era invocar um exercício penoso, a munheca a latejar de dor. Pois era justamente a falta do hábito de por tinta no papel.
Comecei a expiar o pecado na semana passada.
Bloco à vista, determinei-me a escrever como aprendi no Jardim Antônio Lobo(ah, há quantos anos não vou à Rua da Saúde!), todos os dias, um tico que seja.
Redescobri prazeres e palavras, senti-me Galileu, vi-me navegador dos mares de Camões.
Deixe o computador de lado, tente, invente.
Nem é preciso poemas em tinta verde como Neruda.
Escreva e deixe amadurecer.
Um deles – e dos mais perigosos – é a não-exigência de escrever à mão, o lápis ou a caneta a deixar no papel as ideias que o espírito fabrica em profusão.
Jornalista, acostumei-me nos últimos anos com rabiscos que mal decifro após cinco minutos.
Não mais existia a caligrafia própria. Algo caprichado era invocar um exercício penoso, a munheca a latejar de dor. Pois era justamente a falta do hábito de por tinta no papel.
Comecei a expiar o pecado na semana passada.
Bloco à vista, determinei-me a escrever como aprendi no Jardim Antônio Lobo(ah, há quantos anos não vou à Rua da Saúde!), todos os dias, um tico que seja.
Redescobri prazeres e palavras, senti-me Galileu, vi-me navegador dos mares de Camões.
Deixe o computador de lado, tente, invente.
Nem é preciso poemas em tinta verde como Neruda.
Escreva e deixe amadurecer.
O clube do pânico
“Os atentados do 11 de Setembro mudaram o modo de vida de Nova Iorque”.
De Nova Iorque, do Saara e de São Francisco do Maranhão.
Não há canto no globo em que as pessoas não tenham ficado mais paranóicas: todo barbudo com cara e jeitão de Bin Laden, toda festança com foguetório mais perigosa que as investidas da Alcaida.
Foram centenas de vidas perdidas, é verdade. E ganhos bilhões de dólares com a turnê mundial do circo do terror.
As “novas” regras e equipamentos de segurança vendidos ao Ocidente solidário superaram – com folga – o prejuízo causado pelo "clube do pânico".
Antes do vigésimo aniversário eles renovam a fé no capital com um ataque de marcianos ou algo do gênero.
Desde já, guarde algum na poupança para ajudar na conta.
De Nova Iorque, do Saara e de São Francisco do Maranhão.
Não há canto no globo em que as pessoas não tenham ficado mais paranóicas: todo barbudo com cara e jeitão de Bin Laden, toda festança com foguetório mais perigosa que as investidas da Alcaida.
Foram centenas de vidas perdidas, é verdade. E ganhos bilhões de dólares com a turnê mundial do circo do terror.
As “novas” regras e equipamentos de segurança vendidos ao Ocidente solidário superaram – com folga – o prejuízo causado pelo "clube do pânico".
Antes do vigésimo aniversário eles renovam a fé no capital com um ataque de marcianos ou algo do gênero.
Desde já, guarde algum na poupança para ajudar na conta.
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