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quinta-feira, 5 de maio de 2011

O entulho da História

A História oficial relaciona o fim da 2ª Guerra com o desembarque dos aliados na Normandia. A rendição do Japão colocou pá de cal nas hostilidades.

A não-oficial conta outra versão. O conflito mundial só teve fim em 3 de outubro de 1990, com a queda do Muro de Berlim.

Durante quatro décadas e meia a Alemanha amanheceu divida entre dois blocos: ocidental e oriental – este último afinado com Moscou.

Lembram do entulho vendido como souvenir?

Pois é. O gosto pela bizarrice sobreviveu a Roma e chegou a nosso tempo em forma de grife.

Hi, Hitler!

Logo após o término da 2ª Guerra (maio de 1945), o jornal Folha de Pinheiro mandou ver em editorial:

“Destas páginas já avisávamos ao Führer que o seu plano de dominar o mundo não daria certo...”.

Na Baixada Maranhense há quem jure de pés juntos.

Caso o estado maior nazista tivesse assuntado o jornal a tempo, o Terceiro Reich não teria invadido a Rússia.

Deu do que deu. Hitler entrou numa fria ao imitar Napoleão.

Homens-bomba

“Obama manda matar Osama”.

A imprensa mundo afora perdeu a manchete. A brasileira, o rumo.

Como por encanto sumiram os sobressaltos inflacionários, as oscilações do dólar frente ao real, os saltos diários no preço dos combustíveis, os bilhões do Eike Batista, a herança política do Jackson Lago, os náufragos do Itapecuru e do Mearim, a refinaria de Bacabeira, o casamento real inglês e a pneumonia da “presidenta”.

Nem os atentados de 11 de setembro de 2001, recordo, receberam tantas linhas e fotos.

E são tantas as análises sobre o espólio do morto que, desconfio, um dia haverão de o querer vivinho da silva.

Os EUA entregaram ao terror o mártir que precisava.

Com os burros n´água

Quem estiver em Timon e quiser ir de carro a Parmarama e Matões deve seguir pela MA-040, certo? Errado.

A estrada interrompida no Maranhão faz a festa de balsa motorizada. Dez reais por veículo atravessado pelo pontão no Parnaíba, o rio a apartar Timon de Teresina. “Une”, dizem os românticos. Sei não. Deixei de ser faz tempo.

A viagem, se muito, tarda dez minutos.

Aproveite a água de coco gelada, milho cozido e bancos de sentar e cobertura sapecados a sol.

O coco também é do Piauí. “É, sim senhor”, diz o vendedor.

Dúvida cruel

Meia dúzia de construções arranjadas, “Governadora Roseana Sarney” quer ser município. Para garantir o “sim” da noiva fincaram placa de boas-vindas à margem esquerda da BR-222, no sentido Santa Luzia do Tide - Buriticupu.

É nesse fim de mundo que o povoado vai crescer e prosperar em prefeitos e vereadores.

Roseana não mire o lugar se quiser Senado pós-governo. Nem com reza braba e “Vale Festejar” conseguem reunir quinhentos habitantes.

Mas não duvide que o município vai vingar.

E quem nascer ali? Roseanense ou roseanista?