Manhã de Natal. O menino que vigia as noites acorda com metralhadora ao lado.
Presente de papai ao filho primogênito.
Espiei quando o meu Noel a deixou num canto do beliche.
Detestava armas e violência, mas jamais perguntei ao senhor de bigodes o por quê daquele artefato na minha vida.
Queria-me pronto para as guerras? Liberto da timidez?
Ficarei sem respostas.
Quando o câncer o levou embora, nos deixou sem palavras. Nele, eram tão poucas, tão suficientemente fortes, tão verdadeiras.
Não tenho filhos homens, não aprendi a fazer guerras, não tenho armas – uma baladeira sequer.
O quê aprendi? A guardar comigo, em lugar seguro, os natais de Júlia e Maria Laura, minhas filhas. Não é pouco, admito.
É Natal? Que seja. Para todo o sempre.
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sábado, 24 de dezembro de 2011
Corte profundo
Apenas cinco maranhenses estariam concorrendo no Enem 2011 para Medicina.
Candidatos de outros estados dominam com folga o restante das vagas.
Imagine quando os “estrangeiros” avançarem sobre o restante dos cursos.
Candidatos de outros estados dominam com folga o restante das vagas.
Imagine quando os “estrangeiros” avançarem sobre o restante dos cursos.
Diário de bordo
Maranhão fabrica e exporta embarcações para o estrangeiro.
Graças a Sérgio Marques, que conhece a manha das marés e catamarãs.
Só por curiosidade.
O próximo lote de encomendas incluirá a nau dos desvalidos?
E antes que a prosa siga o destino da Arca de Noé.
Cadê o estaleiro-escola que o governo alardeou para o Tamancão?
Graças a Sérgio Marques, que conhece a manha das marés e catamarãs.
Só por curiosidade.
O próximo lote de encomendas incluirá a nau dos desvalidos?
E antes que a prosa siga o destino da Arca de Noé.
Cadê o estaleiro-escola que o governo alardeou para o Tamancão?
A saudade
Ela ouve música, chora e pergunta se não tenho saudades.
Saudades? Tenho.
Do tempo que a audição a habitar em mim tocava o mundo.
Perdi música e ouvidos. O mundo, quem sabe um dia recupere.
Saudades? Tenho.
Do tempo que a audição a habitar em mim tocava o mundo.
Perdi música e ouvidos. O mundo, quem sabe um dia recupere.
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