Nenhum candidato a prefeito de São Luís empreendeu caminhada na Rua Grande esta semana.
E daí?
Para a maioria, o caminho estreito em beco escuro começa a dividido com mosquitos, picadas e febre alta.
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domingo, 29 de julho de 2012
Aviso de caça
As maranhenses reclamam sem razão.
Dos 4.588.855 eleitores do estado, 3.490.132 são solteiros – ou afirmam ser.
Em São Luís, mais de 70% dos 678.70 votantes estão “disponíveis”.
A quê, só as que muito caçam - e não caçam votos - podem descobrir.
Dos 4.588.855 eleitores do estado, 3.490.132 são solteiros – ou afirmam ser.
Em São Luís, mais de 70% dos 678.70 votantes estão “disponíveis”.
A quê, só as que muito caçam - e não caçam votos - podem descobrir.
Os miseráveis
Os números do TRE-MA são implacáveis.
Dos 6.574.789* habitantes do Maranhão, 4.588.855 são eleitores aptos a votar.
Do total de votantes, 1.391.533 têm o ensino fundamental incompleto e 994.913 “sabem ler e escrever” – o que é questionável porque a informação é do declarante.
Analfabetos? 632.731.
Eleitores com curso superior? 56.905.
Com espantosa miséria educacional, ainda há quem queira “governar a pobreza”.
* segundo o censo 2010, do IBGE
Dos 6.574.789* habitantes do Maranhão, 4.588.855 são eleitores aptos a votar.
Do total de votantes, 1.391.533 têm o ensino fundamental incompleto e 994.913 “sabem ler e escrever” – o que é questionável porque a informação é do declarante.
Analfabetos? 632.731.
Eleitores com curso superior? 56.905.
Com espantosa miséria educacional, ainda há quem queira “governar a pobreza”.
* segundo o censo 2010, do IBGE
A mensageira
Aos sábados, invariavelmente, ela telefonava com alguma morte a contar.
Detalhes sucintos, profissionais, o suficiente para o ouvinte saber logo: alguém importante batera as botas.
Não sei quanto tempo depois, e a narrativa foi substituída por mensagem de texto.
Três ou quatro linhas, e ali estava vida inteira.
Não havia dúvidas. Minha amiga se tornara especialista em despachar defuntos. Sem flores, sem floreados.
Acostumei-me a esperar as mensagens. Apostava comigo. Naquele sábado ninguém morreria, e nada de texto.
Por volta das seis da tarde o telefone toca, na linha a voz inconfundível da mensageira.
Conversa vai, conversa vem, e nada de um mortinho baixo clero. Procurava boa desculpa para findar a lengalenga, quando ouvi grito medonho:
- Aiiiii!
- O quê foi? – perguntei assustado.
- Matei uma barata!
Detalhes sucintos, profissionais, o suficiente para o ouvinte saber logo: alguém importante batera as botas.
Não sei quanto tempo depois, e a narrativa foi substituída por mensagem de texto.
Três ou quatro linhas, e ali estava vida inteira.
Não havia dúvidas. Minha amiga se tornara especialista em despachar defuntos. Sem flores, sem floreados.
Acostumei-me a esperar as mensagens. Apostava comigo. Naquele sábado ninguém morreria, e nada de texto.
Por volta das seis da tarde o telefone toca, na linha a voz inconfundível da mensageira.
Conversa vai, conversa vem, e nada de um mortinho baixo clero. Procurava boa desculpa para findar a lengalenga, quando ouvi grito medonho:
- Aiiiii!
- O quê foi? – perguntei assustado.
- Matei uma barata!
Os sem-rumo
A recente pesquisa “Quem não gosta do meu vereador?” trouxe a público novo fenômeno eleitoral em São Luís: os sem-voto.
Pior que eles, no momento, só os sem-legenda, sem-dinheiro, sem-padrinho.
Pior que eles, no momento, só os sem-legenda, sem-dinheiro, sem-padrinho.
Salve-se quem souber
Começou cedo o pula-pula eleitoral.
Cedo demais, avalia quem entende de naufrágios e tragédias do ramo.
Ninguém quer ser visto com candidato perdedor; integrar chapa que não se coça nem pro ônibus e merenda; caminhar ao lado de quem duvida do próprio voto; viver em Washington quando aqui lhe acenam uma Holanda.
Há quem sonhe contemplar mar azul de um castelo ou palácio; quem espere a virada da maré; quem não feche os olhos por medo de gama de pesadelos.
Há quem tenha pulado do barco, quem queira pular e não saiba nadar, e quem não sinta ser ele a âncora.
Cedo demais, avalia quem entende de naufrágios e tragédias do ramo.
Ninguém quer ser visto com candidato perdedor; integrar chapa que não se coça nem pro ônibus e merenda; caminhar ao lado de quem duvida do próprio voto; viver em Washington quando aqui lhe acenam uma Holanda.
Há quem sonhe contemplar mar azul de um castelo ou palácio; quem espere a virada da maré; quem não feche os olhos por medo de gama de pesadelos.
Há quem tenha pulado do barco, quem queira pular e não saiba nadar, e quem não sinta ser ele a âncora.
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