Nomeado por José Sarney prefeito de São Luís (1965 - 1969), Epitácio Cafeteira fez nome no carnaval maranhense ao proibir os Bailes de Máscaras já no primeiro ano do mandato biônico.
Levar a polícia a localizar “subversivos”, ou “inimigos” do novo regime – a ditadura – serviu como justificativa.
“Acho que ele não queria concorrência com a dele própria”, segundo versão hilária do historiador Carlos de Lima (morto este ano), em depoimento ao poeta Paulo Melo Souza (Jornal Pequeno, 4/5/2005).
Popularíssimos no século XX (década de cinquenta), os bailes eram o paraíso dos foliões dos sem-dinheiro, pula-cercas e homossexuais.
“Cheguei a presenciar vários desses bailes, mas nenhum deles foi mais importante que os comandados por Moisés Silva. O que teve mais repercussão ficava no Beco Escuro. As pessoas, principalmente as mulheres, usavam luvas e máscaras pretas, com um nariz pontudo e vermelho. Dessa forma, ninguém as identificava. Geralmente, eram prostitutas, meninas do comércio, empregadas domésticas ou mulheres casadas que pulavam a cerca”, lembrou Lima na entrevista.
O Febeapá (Festival de Besteira que Assola o País), de Stanislaw Ponte Preta, cita o prefeito pela proibição e o apelido ganho à época: "Epitácio Cafeteira da Família dos Bules".
“Lá em casa tinha um bigorrilho
Bigorrilho fazia mingau
Bigorrilho foi quem me ensinou
A tirar o cavaco do pau
Trepa Antônio
O siri tá no pau
Eu também sei tirar o cavaco do pau
Dona Dadá, Dona Didi
Seu marido entrou aí
Ele tem que sair, ele tem que sair”
(Letra de “Bigorrilho”, marcha carnavalesca de Jorge Veiga)
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