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terça-feira, 7 de junho de 2011

A saga balaia

“Marinheiro pé de chumbo
calcanhar de requeijão
quem te deu confiança
de pisar no Maranhão?

Marinheiro pé de chumbo
calcanhar de frigideira
quem te deu confiança
de casar com brasileira?”


Um dos versos que embalaram a Balaiada, movimento que eclodiu no Maranhão (1838 a 1841) e se estendeu a parte do Piauí e do Ceará.

O nome veio de “Balaio”, apelido do fazedor de cestos Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, um dos líderes da revolta.

Houve outros, como o negro Bento, líder de quilombo com cerca de três mil escravos fugitivos.

Já em 1830 surgem os primeiros sinais de revolução na província durante castigada com a adesão tardia à Independência.

Ao diabo com os clamores de independência no Maranhão português nos negócios e de filhos educados em Lisboa e Coimbra.

O declínio da economia algodoeira maranhense frente ao mercado internacional – impulsionado por preços mais competitivos – atingiu em cheio o estado e produziu massa enorme de miseráveis.

O descontentamento arregimentava dois lados: os excluídos sociais a lutar contra a opressão e os maus tratos da escravidão; a classe média a reivindicar mudanças no controle de eleições que favoreciam sempre os grandes agricultores.

Em 1838 os balaios tomam Caxias e organizam governo provisório que, entre outras medidas, decreta o encerramento da Guarda Nacional.

O Império sufocaria o levante em 1841, com forças militares sob o comando do coronel Luís Alves de Lima e Silva, condecorado “Barão de Caxias” por Pedro II. O imperador perdoaria os revoltosos presos.

Há registro de mais de 12 mil escravos e sertanejos mortos em combates de extrema violência.

Um comentário:

  1. A Balaiada é um dos episódios mais intensos da História do Brasil. Admiro-me que o cinema nacional nunca tenha prestado a devida atenção à revolta e suas causas. Quem sabe um maranhense não se habilita para a empreitada?
    Um abraço,
    Kelson José, pesquisador.

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