Foi em rua de paralelepípedos e bonde à porta que nasci.
Um moço de nome Epitácio mandou trocá-los por asfalto.
Porque as ruas eram suas, não mandou ouvir os meninos.
Aos adultos, aviou promessas em jarro de fundo falso.
Desde esse dia minha rua se fechou em luto pesado.
Tuchal assim nem Sant’Ana trouxe o céu pra combater.
Voltei lá dia desses, restos de saudade e coração à mão.
Não havia meninos, jogo de bola não havia, a “chiquita” da polícia a perder feio pra brabeza da minha mãe.
A casa alugada e náufraga jamais conhecerá outro choro arrancado de meus irmãos.
Ah, quanta maldade plantaram nesse espichar de chão.
Pois que fiquem essas dores penduradas, esses penduricalhos que imitam vida que nunca será minha.
Essa rua minha não é, a minha escondi tanto de não achar.
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