A história ronda os dez anos.
Um geólogo baiano alucinado por regue falava a colegas de trabalho – entre eles, eu – sobre suas pesquisas minerais no Maranhão.
Enquanto mostrava pedras de diversos tamanhos, cores e texturas descrevia as características de cada uma. Vez ou outra salpicava observações particulares.
“Essa aqui só tem onde tem ouro”, dizia, mostrando uma pedra, rindo que nem menino montado em mesada gorda.
“E tem?”, perguntávamos.
“Se tem? Meninada, esse estado foi feito de ouro! É ouro que não acaba mais”.
Parte das elevações de terra ao longo das estradas não era obra de cupins, nos dizia em prova.
“Isso ali tem origem vulcânica, meu irmãozinho. Tem vulcão, é quase certo que tenha diamante”, os olhos quase a saltarem das órbitas.
Na época, o homem – a quem muitos consideravam visionário – tentou falar das suas descobertas ao governo. Esperava ganhar muito dinheiro.
Não sei se conseguiu – os dois. O tempo nos afastou o contato.
O lembrar do fato voltou agora, as mineradoras estrangeiras em fundição a ciclo do ouro na Baixada Maranhense.
Oxalá tanto brilho não nos ofusque de vez.
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