A farra com os dinheiros públicos no Brasil é fato anterior à República.
Seis dias antes da derrocada do Império – 9 de novembro de 1889 – a Corte de Pedro II reuniu mais de cinco mil convidados em evento, no Rio de Janeiro, que a História registra como o “Baile da Ilha Fiscal" ou “O Último Baile da Monarquia".
A festança – organizada em torno da tripulação do navio chileno Lord Crockane – tentava mostrar o fortalecimento de um regime agonizante.
Os comes e bebes custaram cerca de 250 contos de réis, quase 10% do orçamento previsto para a província do Rio naquele ano. Em dinheiro atualizado, o equivalente a R$ 2 milhões.
Os recursos eram “destinados” ao auxílio de vítimas da seca no Ceará, disseram.
Os registros do baile apontam o consumo de dez mil litros de cerveja, trezentas e quatro caixas de vinhos, champanhe e bebidas diversas. Mais de oitocentos quilos de camarão foram devorados naquela noite.
No dia seguinte à farra, o pessoal da faxina teria encontrado dezenas de peças íntimas femininas espalhadas pelos jardins em torno do castelo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário