Jornais cariocas registraram a detenção, “por ato obsceno”, de centenas de foliões que elegeram as ruas do Rio o melhor banheiro público no carnaval.
Cento e cinco mulheres ajudaram a formatar a estatística dos mijões carnavalescos. Entre os 782 homens flagrados, quatro estrangeiros.
Nenhum jornal ludovicense, creio, se deu ao trabalho de ir catar quem nos três dias regou as ruas do centro histórico com litros de urina estimulada a cerveja e folia.
Não sei quanto ao Rio, mas aqui entornar urina em público se converteu em hábito diário. A qualquer hora, qualquer lugar.
Há décadas fazem a praça Deodoro de banheiro ao ar livre; há décadas odor fétido eterniza a Praia Grande; há décadas não há poste “enxuto” nos arredores dos largos juninos.
Não há terreno baldio, praça, elevado, adro e avenida onde os mijões não deixem a sua marca subversiva.
O culto ao excremento desumano é herança maldita dos “antepassados” europeus?
Inútil quantificar tantas dívidas, tantas dúvidas.
Caso um dia as chuvas deixem São Luís, a cidade receberá título certo: Ilha dos Maus Odores.
Tantas dores, tantos desamores.
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