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sábado, 16 de junho de 2012
Os olhos da panthera"
Uma mulher bela e de ideias avançadas demais para a época choca a Paraíba no início do século XX.
Anayde Beiriz é poeta, a quem os amigos chamam de “a panthera de olhos dormentes”. Tinha duas armas letais: beleza e inteligência.
Vestidos encurtados, decotes e cabelo "à la garçonne" – ao modo dos rapazes – compõem o visual da “mulher macho”, como a ela se referiam a sociedade paraibana ultraconservadora dos anos 20 e os inimigos.
Anayde manteve namoro de dois anos (1924-1926) com o estudante Heriberto Paiva, eternizado por sucessão de cartas românticas. As atitudes “excêntricas e incomuns” da namorada, e a pressão social, levam-no a romper o relacionamento.
Anayde Beiriz terá um segundo amor: o advogado e jornalista João Dantas, homem determinante em sua vida.
Adversário de João Pessoa, presidente do Estado da Paraíba, Dantas se tornaria um dos alvos do político. Seu escritório é invadido quando estava em Recife.
As cartas entre o subversivo e Anayde – e arrancadas de um cofre – são a prova do relacionamento imoral que Pessoa precisa para destruir o inimigo. A íntegra dos cartas vai parar nos jornais.
Humilhação e desonra levam João Dantas a assassinar João Pessoa – vice na chapa de Getúlio Vargas à presidência – em uma confeitaria de Recife, em julho de 1930. O fato foi a gota d´água para deslanchar a Revolução de 30. O ditador sobe ao poder.
Em 3 de outubro de 1930, João Dantas é encontrado morto na prisão. O pescoço degolado indica suicídio, disseram.
Anayde Beiriz morreu aos 25 anos, em Recife, após suicídio por envenenamento, também disseram.
Pouquíssimo restou dos seus escritos.
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