Jhonatan de Sousa Silva, o assassino confesso do jornalista Décio Sá, deve amargar saudade danada da mordomia a que o acostumaram em São Luís.
Depois de preso, não houve dia em que não desse entrevista, com direito à primeira página nos jornais e destaque em blogs e noticiários de tevê. Não importa o que perguntassem, respondia na bucha.
Sorridente e solícito, ensinou a polícia local a escalar os morros da Litorânea, a esconder armas em arbustos e dedurou meia dúzia de agenciadores de crimes.
A maioria está presa, mas nenhum revelou o perfil midiático do pistoleiro paraense.
Jhonatan, 24 anos, provavelmente coleciona mais mortes que qualquer profissional do ramo no país.
Contaram cinquenta, mas quem labuta no ofício tem tempo não de fazer conta.
Lembro de trecho de entrevista particularmente inusitado.
O contratante contou a ele ser Décio Sá blogueiro, contudo não mencionou o fato de ser jornalista. Soubesse, teria pedido mais pelo serviço, e pagamento adiantado.
Jhonatan foi transferido em agosto para presídio federal em Campo Grande (MS).
O que mais dói nesse circo de horrores?
Saber que milhões de brasileiros serão responsáveis por Jhonatan até o fim da vida, e financiarão os próximos jhonatans por ininterrupto cessar de vidas.
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