Anel de
"prata portuguesa" no dedo, cordas alemães no violão, o conhecido boêmio saca
repertório brasileiro ao público inteiramente cativo.
Após
exercícios quase infinitos, entrecortados por alternância de cerveja e cachaça,
a voz grasnada rasgará a noite, tal as rasga-mortalhas em sobrevoos de agouro,
ele mesmo uma ave que a tudo aprendeu das muitas noites de São Luís.
Voz e
instrumento revivem Noel Rosa.
E mal ambos
principiam, o momento é interrompido para anotação grave sobre música e
compositor.
"Essa é do tempo em que o poeta andou pelos states ensinando os gringos a tocar o violão brasileiro”, e emenda
o comentário com relíquias históricas do foxtrote e jazz.
E não se
atrevem a desdizê-lo, até porque o artista demonstra imensa intimidade no
expor dos gêneros e expoentes.
Mas
estávamos em Noel... Estávamos.
Voz e violão
tomam de assalto os domínios do samba de breque, desafiam os versos Buarquianos,
descobrem novas emoções em Roberto Carlos, o Carlinhos.
Ninguém
duvida. O artista é um Carlitos em tempos modernos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário