Pedem empregos para filhos,
afilhados e amantes.
Vaga extra no estacionamento,
bancos sem filas e primeira fila nas estreias.
Pedem lenço e colírio, quem lhes
mantenham os olhos cerrados.
Arroz pilado, salário dobrado
e, por direito, chegar atrasado.
Pedem cargos, cargas, recargas
e as sobras do teu caldo.
Que o dia seja noite e, se
possível, feriado no outro dia.
Pedem bolsas e auxílios, benfeitor
exclusivo que caiba em mala e sacola.
Carnavais de janeiro a
novembro, e que dezembro só traga natais.
Pedem socorro e doações, e quem
os ensine a gerir sofrimento.
Pedem tanto neste estado que, nesse
estado de coisas, mais difícil que os pedidos é achar quem não os tenham
recebido.
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