Vi meu primeiro Carnaval de rua nos anos
sessenta.
Pequeninas, as escolas de samba de São Luís
desfilavam pela Avenida Magalhães de Almeida – ao lado lá de casa –, e dali rumo
ao Mercado Central.
Para onde seguiam, jamais me deixaram
saber.
Só eu e uns poucos a olhávamos. Samba e batucada eram "ofícios" de malandros.
Lembro-me dos batuqueiros e de seus
instrumentos artesanais, do estandarte glorioso da “Marambaia do Samba”, das
mulheres costuradas no melhor traje que a pobreza podia comprar.
Lembro-me de “Tarzan”, um ajudante da
oficina de cartazes e sonhos do Cine Éden, também apegado. Era tocador de retinta
ou repique, creio.
Carnaval, ritmistas, escolas, "Tarzan", o Cine Éden, a casa
alugada onde morávamos na Rua de Santana, papai e Flávio morreram um dia.
Lembro não desses dias.
Às vezes tenho quase certeza. Fui antes.
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