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terça-feira, 10 de maio de 2011

Porcalhões


Na Europa medieval, a nobreza e o populacho atiravam dejetos e restos de comidas aos porcos de rua.

Cuspia-se à mesa e na bacia em que se lavavam depois de comer.

A imundície e a peste bubônica dizimaram um terço dos ingleses. Londres foi incendiada para conter a moléstia.

Castelos magníficos e sequer um banheiro. A nobreza defecava e urinava sob escadas ou na amplidão dos jardins, anotou Voltaire.

Até meados do século XVIII os médicos ingleses desaconselhavam o banho diário por considerá-lo prejudicial à saúde.

Emsaboar-se, diziam os recém-convertidos ao Cristianismo, atiçava o demônio e a luxúria.

O costume do casamento em maio coincide com o início da primavera na Europa, quando as famílias tomavam o primeiro e único banho anual. O buquê disfarçava o mau cheio da noiva.

Para aplacar odores fétidos, a França desenvolveu a arte da perfumaria.

São Luís francesa trocou a Jenni pela platéia do Arthur Azevedo.

Tragédia em um ato. Paulo Diógenes fará o país caçoar do nosso teatro de costumes.

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