Pego um taxi, aponto o percurso e o motorista o reprova.
Por conta própria segue outro. Segundo ele, esse sem bloqueio de obras da prefeitura.
“Esse pessoal não sabe trabalhar de madrugada, não?... Marrapá!... Meus colegas tão umas arara com essas obra... Marrapá!... Se soubesse que era pro lado daqui, nem tinha pegado a corrida... Marrapá!...”.
Finjo não ser comigo.
O motorista insiste, fala horrores da corrida anterior, também pro mesmo rumo, menciona o trabalhão e o resultado reles.
“Sabe quanto deu? Sete e trinta, e a mulher nem tinha trocado... Marrapá!”.
Nem contei quantas vezes ouvi a expressão em poucos minutos. Não contei dos cinquenta na carteira...
Puxei a nota e o homem a olha, incrédulo.
“Tu e a outra tão querendo é tirar sarro da minha cara?... Marrapá!...”.
Antes que o clima rebentasse, entrei em casa e catei todos os trocados. Por fim, a quantia cobrada.
O motorista recebe o dinheiro e nem conta. Antes de ir embora, solta.
“Vê se da próxima me chama, tá?...Marrapá!...”.
Chamo sim, chamo o hospício...Marrapá!.
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