A Globo – secundada pelos outros canais de tevê – trocou o 7 de setembro nacional pelo 11 de setembro importado.
No lugar do tantas vezes reprisado – “Independência ou Morte”, com Tarcísio Meira posando de D. Pedro I – exibiram “Torres Gêmeas”, com Nicolas Cage.
Mais sangue, mais drama, mais efeitos especiais.
Aliás, a história da “independência” nacional é uma comédia sem brilho.
O príncipe regente garboso e montado em cavalo branco que teria libertado o Brasil de Portugal às margens do Ipiranga só existe no quadro do pintor Pedro Américo, até hoje reproduzido à exaustão em livros e cadernos escolares.
Pedro I chegou a São Paulo açoitado por diarreia intermitente. Até chá de folha de goiabeira deram ao príncipe pelo caminho, mas a gororoba não fez lá grande efeito.
Uma boa fonte para saborear as peripécias do fato é “1822”, de Laurindo Gomes, também autor de “1808”.
O pintor Pedro Américo era simpatizante da causa republicana. Os monarquistas vetaram o primeiro esboço do painel em que retratava a “Independência”. Se dependesse dos políticos conservadores paulistas do final do século 19, o quadro nunca teria existido, conta a historiadora Cecília Helena de Salles Oliveira, do Museu Paulista.
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