Currículo mais denso que um Vade Mecum, o notável especialista cunhou expressão inédita e definitiva em Segurança do Trabalho:
- Está tudo errado!
A assertiva foi recebida com assombro pelo meio científico. Apesar de extenuantes esforços, não foram poucas as vozes a se julgarem incompetentes para decifrá-la em plenitude, tal a pujança do enunciado.
E dito isto, o especialista partiu rumo a áreas do conhecimento ainda mais complexas.
Política, sociologia, jurisprudência, culinária. Nada falado ou escrito entre a terra e o céu deixou de receber a observação arguta do loquaz expert.
- Está tudo errado!
Soube-se, agora, por fontes confiáveis. Há décadas mantém farta correspondência com as principais lideranças políticas do país.
Biógrafos e historiadores a ele atribuem inequívoca participação no palpite a leis e projetos de inestimável valor social – quiçá no mundo ocidental.
Têm sido empecilhos quase intransponíveis ao merecido reconhecimento popular a indisfarçável modéstia e desapego ao sucesso.
Prova disso são os trajes simples e a inseparável maletinha onde guarda o precioso currículo. Para escapar incólume a assédios, recorreu a discretíssimos óculos escuros.
Em rara e recente aparição pública, cercado pela imprensa e admiradores, o especialista recebeu inesperado e inoporturno questionamento de um jovem aluno.
- E o que está errado, mestre?
Raciocínio e singeleza invulgares, o sábio homem de ciências foi imperativo:
- Pois eis que para que algo esteja certo, é preciso que tudo esteja errado!
Pronto! Estava criado o Segundo Princípio Sebastianense da Segurança do Trabalho.
Desde que nada esteja irremediavelmente errado, serve para tudo, descobrimos.
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