“Nas sociedades organizadas interessam apenas: a gente de cima e a canalha. Porque são imprevistos e se parecem pela coragem dos recursos e a ausência de escrúpulos”.
Sacada genial de Godofredo de Alencar, um dos muitos pseudônimos de
João do Rio, jornalista e intelectual que escandalizou o Rio de Janeiro do início do século XX.
Seu nome de batismo: João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto. O
Paulo Barreto aparece em vários escritos.
Foi o primeiro jornalista a escrever em jornais sobre a dura realidade dos morros cariocas.
Era useiro e vezeiro dos lugares estranhos e nada recomendáveis, segundo visão da época.
Vestia-se com refinamento e ostentação, não importa onde estivesse. Nesse quesito, era um
"dândi de salão", diziam.
Trouxe também aos leitores, em crônicas imperdíveis, os rituais de macumba e toda sorte de gente socialmente excluída.
Muito moreno (quase negro), homossexual e culto (traduziu
Ibsen e Oscar Wilde), João do Rio era sucesso de público.
Tanto sucesso o levou a colecionar uma multidão de inimigos e críticos vorazes, o maior deles
Humberto de Campos.
A inimizade estrangulou de vez com a eleição do escritor maranhense para a Academia Brasileira de Letras. O episódio serviu de pretexto para que João do Rio se afastasse em definitivo da ABL.
No círculo de amigos íntimos, nada menos que a americana
Isadora Duncan – virtuose da dança.
João do Rio morreu em 1921, aos 39 anos.
Clique aqui para ler crônicas de João do Rio