É possível que o LZ-127 tivesse empreendido visita ocasional a São Luís, a caminho de Recife. Os 1573 Km entre as duas capitais podiam ser vencidos em horas pelo Zeppelin.
O dirigível alcançava a espantosa velocidade de 150 km/hora - mais que o triplo dos navios de cruzeiros -, com a vantagem de não encontrar empecilhos comuns ao trajeto rodoviário.
E quanto a São Luís?
A história dos zeppelins ganha novo contorno a partir de notas sobre a movimentação de aeronaves no país – e na capital maranhense – durante a Segunda Guerra (1939-1945).
O Estações Ferroviárias do Brasil guarda nota curiosa, com base em dados da Revista Brasileira de Geografia, julho-setembro de 1961; e do Guia Geral de Estradas de Ferro do Brasil, de 1960.
“A ESTAÇÃO: Não muito longe da antiga estação de São Luiz há uma instalação da Aeronáutica: "Topo com um bairro distante chamado Base. Vem de ser o local onde havia uma base aérea norte-americana e operava um dirigível - um zeppelin, como se dizia - que patrulhava esta parte do Atlântico, em busca de submarinos alemães durante a Segunda Guerra. Quando passei aqui de trem ainda havia a torre - basicamente, uma estrutura metálica de uns dez metros mais ou menos - onde era ancorado o dirigível (um cabo era lançado de bordo, era enganchado na torre pelo pessoal de terra e tracionado para aproximar a aeronave do solo). Até meados dos anos setenta ainda cheguei a ver essa torre aqui. Agora só existe uma instalação da Aeronáutica - que herdou as bases norte-americanas aqui e no Rio Grande do Norte - abandonada e depredada. Soube que até as casamatas estão em ruínas".
O zeppelin a que se refere o saite não é o Graf Zeppelin LZ-127, mas outro dirigível operado por militares norte-americanos para patrulhamento.
O Web Artigos, em tópico sobre o papel dos dirigíveis na Segunda Guerra, põe São Luís novamente em evidência:
“O primeiro dirigível a chegar ao Brasil de uso militar foi o K-84 em setembro de 1943, enviado para a base aérea de Fortaleza e pertencia à Ala de Dirigíveis da 4ª Esquadra. Eram chamados de "blimps" e dividiram-se em 2 esquadrões, sendo, o Esquadrão ZPN-41, com atuação nas bases aéreas de Amapá, Belém, São Luís e Fortaleza; e o Esquadrão ZPN-42, sediado em Maceió com operações também em Recife, Salvador, Vitória, Caravelas e Rio de Janeiro (Santa Cruz). Foram de fundamental importância no patrulhamento da costa brasileira por seu alto desempenho de permanência no ar (até 7 dias) e por serem silenciosos. Tinham a função de detectar submarinos, entretanto, no início da guerra tinham a missão de apoiar o salvamento das tripulações dos navios de guerra. Em seu interior a tripulação deveria usar sapatos especiais de lona, evitando faíscas em um possível atrito com os cabos que ficavam espalhados. Com a desativação da torre, os sapatos especiais foram aproveitados pelos trabalhadores brasileiros da companhia norte-americana”.
Ainda há a contar dessa história...
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