Alemães da companhia Luftschiffbau Zeppelin estiveram no Brasil em 1933 para escolha de área apropriada para pouso de dirigíveis. Na verdade, de um dirigível: o LZ-127.
O local determinado por estudos científicos – próximo à Baía de Sepetiba (RJ) – possuía 80 mil m². A doação foi chancelada pelo Ministério da Agricultura.
O hangar é inaugurado em dezembro de 1936, após três anos de obras diversas. É ativada a linha Frankfurt-Rio, com escala em Recife, com a presença de Getúlio Vargas.
Desde 1930, entretanto, Graf Zeppelin vem regularmente ao país. Após voo de 11 mil quilômetros e três dias e meio de viagem, o LZ-127 pousa em Recife, em 22 de maio.
A “criatura” de 235 metros de comprimento viera de Friedrichshaven. A chegada ao Rio ocorreu três dias mais tarde.
Friedrichshaven seria bombardeada pelos aliados, durante a Segunda Guerra, para impedir a fabricação de dirigíveis. Parte dessa “estratégia” tinha segundo objetivo: responder com energia ao bombardeio de Paris pelos zeppelins.
São encerradas em 1938 as atividades da Luftschiffbau Zeppelin, após crise desencadeada com a explosão do Hindenburg, nos Estados Unidos (Nova Jersey), um ano antes.
A morte de 13 passageiros e 22 tripulantes decreta final tráfico e melancólico aos gigantes infláveis.
Nunca ocorrera qualquer acidente com o Graf Zeppelin LZ-127, em qualquer lugar do mundo. Hindenburg, bem mais novo, iria sucedê-lo.
O Estado de S.Paulo de 17 de agosto de 2008 anuncia o retorno dos zeppelins ao cenário internacional de negócios.
Em “Zeppelin quer voltar ao céu do Brasil, após 70 Anos”, o jornal paulista revela conversa da empresa alemã com Petrobrás, Vale e CVC, de olho nas áreas de monitoramento ambiental, turismo, pesquisas científicas e mineração.
Estudo da companhia naquele ano apontou demanda mundial para pelo menos 40 zepelins.
Os zeppelins atuais dispensam o perigosíssimo hidrogênio, contudo a trajetória de retorno não parece segura.
O motivo? Faltam especialistas para conduzir os dirigíveis. Existem 13 pilotos de zepelins hoje no mundo, quatro deles em Friedrichshafen.
Mais que os raros exemplares, a complexidade na operação do aparelho é vista como a razão dos poucos pilotos.
E São Luís?
Quando os zeppelins voltarem, encontrem a ilha de olhos abertos.
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