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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Baixando a bola

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Ídolo do vôlei, Serginho questiona Olimpíada no Brasil: "com tanta gente passando fome”.

Pior é uma Copa, tantas bocas famintas por obras, serviços, eventos paralelos, favores, lóbis e por meter em enrascada gigantesca país metido à besta e pra lá de dadivoso – menos com o seu povo

O preço do cardápio

Pesquisa do instituto "Trata Brasil" revela que apenas 25% dos esgotos de São Luís são tratados.

Os outros 75% você divide com peixes, camarões e caranguejos.

Selva urbana

“Índios e quilombolas voltam a acampar na sede do Incra’.

A continuar a sequência de invasões ao prédio, logo, logo irão trocar a regularização de terras por salas climatizadas e ponto eletrônico.

Mijões

Antes, julgava ser a falta de banheiros públicos. Qual nada! A trepeça é mesmo por falta de vergonha em público.

Não há dia em que não se encontre pela cidade, a qualquer hora, em qualquer canto, um mijão a regar postes elétricos ou o capim farto nos meios-fios e calçadas. Nem os cães mostram tal assanho.

Alguns marmanjos ainda tentam disfarçar a obra, mas há quem faça dela espetáculo único de rua e – quem sabe? – merecedor de aplausos calorosos.

Outro dia em frente ao Ceasa, sinal fechado, uma mulher desce placidamente o short amarelo e manda “choró” copioso, quase um Niágara tropical.

À vista de todos, todas as vistas em acompanhamento vívido.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O outro lado do medo


“Vigilantes realizam ato de protesto na Deodoro contra a insegurança pública”.

Se eles, armados, estão inseguros, imagine quem passa a todo instante pela frente do cano.

Déjà-vu

Não importa o que eles digam, as propagandas políticas soam como imenso clichê de frases e ideias.

Não fosse pelo sorriso no final da peça publicitária do PCdoB, o palavrório de Flávio Dino soaria arrancado das memórias do MDB ou da Arena. E só!

Joelhaço

O ex-governador José Reinaldo Tavares está no estaleiro.

Em acidente doméstico, no início da semana, fraturou um dos joelhos e foi submetido à cirurgia.

Como o plano de saúde não queria arcar com as despesas da intervenção, sob argumento de falta de carência, Tavares recorreu à Justiça.

Imagine se o troço ocorre com o meu joelho ou o seu.

Catatônicos

Ouvi esta semana de político próximo ao Executivo estadual:

“Exceto pelo desempenho dos secretários Ricardo Murad (Saúde) e Max Barros (Infraestrutura), o governo demonstra padecer de catatonia. Com a retração de verbas orçamentárias, e falta de criatividade, os outros (secretários) estão condenados ao ostracismo ou à degola. Até o prefeito de São José de Ribamar (Gil Cutrim) passa melhor imagem de realizações e eficiência”.

Catatonia. Forma de esquizofrenia que apresenta uma alternância entre períodos de passividade e de negativismo e períodos de súbita excitação (escreve o Houaiss).

Galvanites

“Esse time tem reforço brasileiro!”.

De Galvão Bueno, no início de Brasil e Argentina, referindo-se aos jogadores Montillo e Guiñazúque, que jogam em times brasileiros.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Fonte da juventude

"Prefeitura de São Luís entrega veículo para o Caisi na Semana do Idoso".

Pela efusividade do prefeito e assessores na foto, pareciam entregar a própria fonte da juventude a Benjamin Button.

E atenção para a pronúncia. É Caisi (Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso) e não Cassi.

Caixa de surpresa

Uma servidora da Justiça estadual comprou um relógio de pulso pela internet. Abriu a encomenda na presença de colegas de trabalho e, para surpresa de todos, a caixa chegou vazia.

À primeira vista, parecera em ordem, sem rasuras, a não ser pelo aspecto envelhecido.

Após reclamação, ouviu dos vendedores que não poderiam fazer nada nesse caso. O pacote deveria ter sido aberto na recepção do prédio.

A servidora contra-argumentou e disse que, caso agisse assim, estaria autorizando a pessoas estranhas a violar sua correspondência e pertences.

Não adiantou. Ficou no prejuízo.

Um e outro

O drama do Center Norte, em São Paulo – interditado por risco de explosão de metano no subsolo – não é sequer parecido com um shopping de São Luís, é?

Só para lembrar, um e outro foram construídos sobre imensos lixões urbanos.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Brigões

“Casais brigam 312 vezes por ano”.

E nos outros cinquenta e três dias, os casais ingleses fazem o quê?

Ensaiam?

Ora se controle remoto e toalha molhada na cama motivam arranca-rabos aqui no Brasil.

No máximo, morte e impunidade.

Na bengalada

“Assembleia aprova PEC que eleva para 75 anos idade de aposentadoria”.

Para quem ainda não se tocou, é a tal PEC da Bengala.

O mal de quem começa a distribuir bengalas a torto e a direito é não saber a hora de parar.

Hoje a Constituição Federal, amanhã sabe-se lá o cocuruto de quem.

Ladeira abaixo

Quem trabalha com revenda de carros está a um passo de bater a biela.

Com o fim do financiamento de sessenta meses e a retração de vendas, o negócio despencou de vez.

As concessionárias não estão nem ai. Impuseram cota mensal de vinte e oito carros a cada vendedor.

A maioria vai chegar a outubro sem cumprir a meta.

Há dois meses, cada um vendia cinquenta carros fácil, fácil.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Deserto de ideias

Servidores de órgãos do governo ficaram indignados com o que viram nas áreas de estacionamento do Clodomir Milet (Calhau), nesta segunda-feira.

Juízo de mariola e diabo no couro, o “prefeito” do local mandou arrancar as árvores em volta do edifício, sob a justificativa de que são “velhas e poderiam cair sobre os carros”.

Ninguém engoliu a patacoada.

A governadora ainda não soube do crime, soube?

Poltergeist

Alunos e professores do Centro Educacional Matos Carvalho, em Barreirinhas (região dos Lençóis), vivem dias de pavor com os fenômenos paranormais.

Estudantes atirados contra paredes por forças invisíveis, e outros que descem paredes de ponta cabeça, no estilo lagartixa, são alguns dos relatos a deixarem a escola.

Até agora não surgiu explicação sensata aos acontecimentos.

Na cidade, poucos se arriscam a falar sobre o Poltergeist regional.

domingo, 25 de setembro de 2011

Engatando rés

Os policiais de trânsito andam tão sumidos que São Luís há tempos pergunta em qual orbita transitam.

Sobra para a perícia de trânsito. Três equipes para frota superior a duzentas mil buzinas e um milhão de barbeiragens diárias.

A Guarda Municipal vive em promessa aos santos da Sé. Só com reza braba sai dos arredores da catedral e da prefeitura.

Ah, deu as caras na operação fashion “maquiagem em asfalto velho”.

Enquanto isso, a cidade segue em ré.

Rebordosa, resignação, retalhos, recordes.

Tesouro farto

Com as próteses de silicone a cada dia mais corriqueiras e generosas, imagine daqui um tempo qual “tesouro” os saqueadores de túmulos irão caçar nos cemitérios.

O verbo era outro


Aviso aos navegantes.

A governadora informa que o governo deslanchou.

Não padecesse o aeroportinho do Tirirical com a turbulência de obras infindáveis, o verbo provavelmente seria outro: decolar.

Tomara que a lancha não dê pane com tantos marujos de terra firme.

sábado, 24 de setembro de 2011

Mídia em média

“São Luís recebe jornalistas italianos para conhecer turismo local”.

De Roma é que não haveria de ser.

Para fazer média com os visitantes, os jornalistas daqui tascaram um press trip no release distribuído à imprensa.

Custa escrever "viagem jornalística" em bom português?

Retardatários

“Com CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) vazia, dois deputados aprovam 118 projetos em três minutos”.

Sebastian Vettel e Usain Bolt não passam de meros retardatários perto dos velocistas da Câmara Federal.

Imagine só o que a dupla parlamentar não aprovou.

Pornorama

“Vereadora de Pinheiro (MA) usa computador da Câmara para ver site de garotas de programa”.

Sejamos razoáveis.

Não deixa de ser uma alternativa para fugir ao tradicional programa de índio das câmaras de todo o país.

E o endereço do site? Divulgaram?

Na torcida

Sábado olímpico em Paço do Lumiar (cidade apegada à ilha) por conta de semifinal regional da 1ª Olimpíada Brasileira de Geografia.

Tomara que os estudantes luminenses não deem passo em falso e se percam pelo Iguaíba, o local da provas.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A anatomia em crise

“Atriz leva título de bumbum mais bonito do mundo”.

Segundo indicação da revista francesa “GQ”, é o da americana Sienna Muller.

Pelo visto – e não visto – a crise mundial ultrapassa o euro e tem epicentro na França.

Como cantiga de grilo

A tortura se repete a cada semana.

Refiro-me aos colégios que impõem aulas nos finais de semana em complemento a cinco dias em que alunos e professores engendraram sabe-se lá o quê.

A coisa começa a pegar pra valer quando se aproximam o Enem e o vestibular.
Sofrem os estudantes e sofrem os pais, uns pobres servos das vontades escolares e do trânsito. Dos filhos, bem, deixa estar...

O final de semana ainda não terminou e há agenda de aniversários, festinhas, reuniões e baladas por cumprir.

Penso certas horas – quase convicto – que diretores e professores julgam que nenhum pai e mãe tem tarefas a cumprir aos sábados e domingos.

Pior: todos são ricos, têm coleção de carros e motoristas em tempo integral.

Muito pior: têm disposição inteiriça como cantiga de grilo.

Qual opção? Ser ricos em paciência e por o carro em movimento.

Deem licença que chamam lá de fora.

Iguaiszinhos

Cresci vendo-o perambular pela Praça João Lisboa e arredores, a popularidade a rivalizar com “Rei dos Homens”, ambos personagens típicas da São Luís da década de sessenta.

O chamavam “Boquinha” e creio que dos que conheceram poucos lembrarão o nome.

O apelido, diziam, viera da boca aberta a gilete ou navalha. Chegara ao mundo sem a abertura bucal, também falavam. Era ser medonho, imundo, uma camada grossa de remela a escorrer pelo rosto.

Comia do que davam a ele em vasilha ou papel. Comia em colher de mão, que vez por outra “limpava” pela calça.

Apesar dos maus modos, nunca soube de “Boquinha” um gesto de violência.

Contavam, nunca vi. Próximo ao Natal os taxistas da João Lisboa o agarravam para banho à força, o único do ano, entre urros e palavrões.

“Boquinha” e “Reis dos Homens” morreram.

O primeiro se foi e deixou maldição.

A João Lisboa ficou igualzinha a ele, porcalhona, cercada por restos de compaixão.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O “como chama”

Mundica, minha avó materna, sacava insistentemente um “como chama” quando queria algo que o nome lhe fugia, fosse o que fosse.

Espanador, vassoura, agulhas de crochê e tricô, os pincinê em francês que nunca soube.

“Menina, traz aí o como chama!”.

E ai das meninas que viviam ao seu lado se não lhe adivinhassem o desejo.

Iam e voltavam até secar as pernas.

Quando Mundica foi embora, arrumaram as trouxas pra não voltar.

Do “como chama” , desse mesmo é que nunca mais soubemos.

O tudo e o nada

A atendente de lotérica fica horrorizada ao conferir o valor da mensalidade escolar de minha filha, segundo ano em escola particular.

“Tudo isso?!!!”, quase grita.

Sim, e não é tudo.

Aprendendo a desaprender


“Ampliação do ano letivo em dez dias aumenta aprendizado do aluno em até 44%, segundo estudo”.

Dez dias? Duvido.

Há anos as escolas particulares diminuem a grade curricular e espicham a permanência do aluno em sala de aula - muitas aos sábados e domingos.

Das públicas nem se fale, tal a carência dos prédios e do material didático.

Alguma melhoria?

Nas particulares. No lucro.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Eldorado caboclo

A história ronda os dez anos.

Um geólogo baiano alucinado por regue falava a colegas de trabalho – entre eles, eu – sobre suas pesquisas minerais no Maranhão.

Enquanto mostrava pedras de diversos tamanhos, cores e texturas descrevia as características de cada uma. Vez ou outra salpicava observações particulares.

“Essa aqui só tem onde tem ouro”, dizia, mostrando uma pedra, rindo que nem menino montado em mesada gorda.

“E tem?”, perguntávamos.

“Se tem? Meninada, esse estado foi feito de ouro! É ouro que não acaba mais”.

Parte das elevações de terra ao longo das estradas não era obra de cupins, nos dizia em prova.

“Isso ali tem origem vulcânica, meu irmãozinho. Tem vulcão, é quase certo que tenha diamante”, os olhos quase a saltarem das órbitas.

Na época, o homem – a quem muitos consideravam visionário – tentou falar das suas descobertas ao governo. Esperava ganhar muito dinheiro.

Não sei se conseguiu – os dois. O tempo nos afastou o contato.

O lembrar do fato voltou agora, as mineradoras estrangeiras em fundição a ciclo do ouro na Baixada Maranhense.

Oxalá tanto brilho não nos ofusque de vez.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Benditas as terças

A terça-feira é de João Guilherme, terceiro filho de Félix Alberto Lima (Clara Comunicação) e de Adriana Pinho.

Pois que herde o talento e as qualidades do pai e do tio Antonio Carlos Lima – irmãos, ambos jornalistas de rara habilidade com o trato do texto.

João Guilherme.

Faça o mundo com as próprias pernas, o reconte de própria voz.

Invente, recrie, seja Quixote de mil sonhos, tenha outros mil para espantar invejas e indolência.

As terças-feiras são boas para nascer.

Agora, acreditar.

Comissões a bordo

Alguém sabe informar o sentido prático dessas comissões que a cada semana visitam o aeroportinho a pretexto de saber como andam as obras?

É um tal de entra e sai de comissários que a invasão do espaço do passageiro se tornou inevitável.

Aéreos com o festival de presepadas, os controladores de voos têm trabalhado em dobro para evitar colapsos.

Tendas ou lona?

As tendas nas áreas de embarque e desembarque do aeroportinho do Tirirical resistem a chuvas?

O inverno está à porta e nem pista de quando acaba a turbulência das obras.

Resistam ou não, acho que as barracas não se harmonizam com o espírito turístico de quem visita São Luís.

Deveriam ser trocadas por cobertura circense.

Aliás, há meses o picadeiro está armado por lá.

Fartura em excesso


“Faltam mais de mil peritos criminais no Maranhão”.

Criminais.

Peritos em crimes, esses o estado tem para dar e emprestar.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A gente paga (dois)

Em matéria recente de tevê, a Associação Brasileira de Supermercados queixava-se de prejuízo anual do setor – algo superior a oitocentos milhões de reais – com as “investidas” de consumidores em produtos pelos quais não pagou.

As imagens mostravam furtos, estragos, comilança pelas seções.

As “perdas” eram pagas pelo consumidor regular com a remarcação de preços, admitiu a entidade.

Se a bomba arrebenta em bolso alheio, onde está o “preju” deles?

A gente paga (um)

Açougue, butique, supermercado.

Não importa onde compre carne em São Luís, a cada quilo pago o cliente leva pelo menos duzentos gramas de pele e gordura.

Ou seja: a cada cinco quilos, os espertalhões levam um, limpinho.

E como não é para fiscalizar o que não deve ser fiscalizado...

Cardápio indigesto

Péssima em serviços, São Luís sofre outro viés quanto a qualquer pretensão turística:

- a descomunal “esperteza” dos comerciantes de praia.

Três (maus) exemplos.

Na Litorânea, uma cerveja de qualquer marca não sai por menos de cinco reais e cinquenta. Uma peixada, sessenta. Um casquinho de caranguejo, treze.

Qualquer conta vem com o enxerto do famigerado dez por cento.

O turista paga?

Paga, não volta e sai falando horrores da cidade.

Até faquir

Nada como ter vintém em terra de ninguém.

A Cemar implantou protetores de postes, em concreto, ao longo da avenida Luís Eduardo Magalhães (sentido Cohafuma - Litorânea).

Os mondrongos ocupam quase a calçada inteira.

E espantam até faquir.

domingo, 18 de setembro de 2011

O dono da bola


Brasília deve ter ficado decepcionadíssima com a afirmação do ministro do Turismo, Gastão Vieira, de não pertencer a nenhuma corriola (grupo de pessoas que agem desonestamente ou de forma inescrupulosa, define o Houaiss).

Isso lá são modos de esfriar o jogo da rapaziada antes do foguetório da copa?

Sem reservas

Após décadas de volúpia de gestores públicos e construtoras, São Luís – pasmem! – ainda guarda como surpresa uma Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Pra quê?

As duas únicas reservas na ilha estão em área particular: as da Vale e da Petrobrás.

O Sítio Santa Eulália puseram abaixo sem pena, sem dó, sem epitáfio.

E o meio ambiente fechou os olhos por inteiro.

A Reserva do Itapiracó foi varrida do mapa por esgotos sem tratamento.

O Sítio do Rangedor não mostra um ranger de dentes a quem o venha invadir.

O Sítio do Físisco? Em ruínas. Melhor que fique.

Ah, sim, a Reserva do Batatã.

Reservada para desovas e desmanche de carros.

Parabéns pra você

“Secretaria de Meio Ambiente comemora o Dia da Árvore”.

Deve ser a árvore de Natal, suponho.

A nativa, nem verde, nem rastro.

sábado, 17 de setembro de 2011

O outro lado

Tudo bonitinho, tudo ensaiadinho.

Crianças descrevem na tevê os argumentos para convencer os pais a economizarem água durante o banho e a escovação de dentes.

“Pai, se a gente não cuidar vai faltar água no mundo”, grita a consciência ecológica infantil.

Do outro lado da rua, papai e mamãe gastam milhares de litros na lavagem semanal do carro.

Do outro lado da mesa de trabalho, dão o exemplo do copinho de água e café único durante o dia.
Do outro lado da eficiência, as companhias de saneamento nem ligam mais os inúmeros vazamentos.

Do outro lado da sua conta, alertam: “economize água”.

Do outro lado da cidade, milhares de fábricas e indústrias matam rios e mangues com lixo químico.

Do outro lado da mídia, oferecem prêmios a quem inventar soluções para o esquecimento industrial.

Do outro lado do país, navios-tanque estrangeiros furtam descaradamente a água do Amazonas.

Do outro lado da vida, vida não há.

Os inventores


Um “inventor” maranhense investiu seis mil reais na instalação de painéis solares no telhado da casa.

Fará economia mensal de vinte reais na conta de energia elétrica, orgulha-se.

Daqui a trezentos meses perguntarão aos tataranetos se a tal invenção “brotou” em noite de lua cheia ou quarto minguante.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Valei-me, misifio

O caso se espalhou na internet tal e qual pólvora a caçar fogo.

Colégio tradicional, e dos mais caros de São Luís, o Reino Infantil foi visitado por “macumbeiros” esta semana.

Na terça-feira à noite, um grupo que conversa com o além dançou, cantou e depositou despachos na calçada em frente à escola.

O Reino tem câmaras de vigilância e segurança armado. O homem não quis ou não pode desmanchar o negócio.

Informada da marmota, a diretora-geral colocou os alunos em quarenta de orações no dia seguinte – dos mais novos a veteranos.

Os despachantes teriam recorrido ao outro mundo para tentar evitar que o colégio seja campeão de aprovações no vestibular.

Pode não ser verdadeira, mas é a versão mais contada.

Pisando em calo alheio


"Governo implantará piso nacional para professores".

Oxalá não seja pisão em massa, de arrancar unha e lágrimas.

Isto posto

Em protesto contra a alta incidência de impostos no bolso do brasileiro, a Associação dos Jovens Empresários do Maranhão (AJE) promete vender, neste sábado, dois mil e quintos litros de gasolina sem o peso dos tributos.

Ainda que a esmola seja grande, não custava nada informar quanto o consumidor vai pagar por cada litro dos vinte a que terá direito.

O tal “Feirão do Imposto” não casa bem com o foco da iniciativa.

Sem qualquer imposição, “Posto sem imposto” é bem mais atraente e jovial.

Só por curiosidade.

Existe no estado a Associação dos Velhos Empresários?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Exercício de devoção

Turista enfrenta 'via-crúcis' e abandono na capital do Maranhão

Viajar para a cidade de São Luís é exercício de devoção. A capital do Maranhão, que recebe cerca de 2 milhões de turistas anualmente, maltrata aquele que se aventura por suas calçadas históricas.

De casarios quase ruindo a ruas esburacadas e inseguras, o descaso se torna mais impressionante se lembrarmos que a cidade completa 400 anos daqui a 12 meses, em 8 de setembro de 2012.

A via-crúcis começa no embarque: preparado para longas horas de voo, não raro com escalas, o turista chega à capital maranhense num aeroporto com instalações improvisadas, consequência de uma obra que começou em março deste ano e não dá sinais de que vá acabar logo.

Biombos fazem as vezes das paredes e um toldo plástico cobre a sala de embarque, onde as pessoas se apinham sob um calor que facilmente ultrapassa os 30°C nessa época do ano.

O "devoto" que se arriscar a conhecer o centro histórico verá cenas de ainda maior provação. Boa parte dos casarios dos séculos 18 e 19 está caindo aos pedaços.

Sem segurança, mal iluminadas e cheias de buracos, as ruas ficaram perigosas.

Azulejos franceses e portugueses praticamente só são vistos em suvenir -isso se o turista encontrar uma loja aberta no centro, uma vez que o comércio segue o suplício.

"QUE CAIA DE PODRE"

"Isso aqui está numa desolação de dar pena", comenta Antonio França, pescador e morador da cidade. Segundo ele, muitos casarões são particulares, e os donos não fazem questão de arrumá-los.

"Fecham portas e janelas e querem que o negócio caia de podre", conta ele.

A observação não passa despercebida dos turistas. Em viagem com a mulher e o filho, o brasiliense Erasmo Rodrigues Fernandes comenta: "É lamentável que um homem culto e inteligente, nascido aqui, que foi presidente da República. governador e que é presidente do Senado, deixe sua terra natal nessa degradação".

Dinheiro não falta: o Maranhão lidera a lista de Estados destinados a receber recursos do Ministério do Turismo, pasta nas mãos do maranhense Pedro Novais (PMDB).

Só de convênios já assinados neste ano, o Estado já foi beneficiado com R$ 22,8 milhões, segundo informa a assessoria de imprensa do Ministério do Turismo.

Para efeito de comparação, o Rio de Janeiro, sede da Copa do Mundo de 2014, tem R$ 4,3 milhões de recursos em convênios aprovados.

Com a capital do Estado vivendo um martírio, haja fé para crer que esse dinheiro se converterá em uma cidade mais piedosa com seus moradores e que não mais excomungue seus turistas.


* De matéria de Carolina Costa para a Folha de S.Paulo, em 08/09/11 (caderno de Turismo). O link www1.folha.uol.com.br/turismo/971793-turista-enfrenta-via-crucis-e-abandono-na-capital-do-maranhao.shtml remete aos outros textos.

E o vento levou...


“Condor Filmes apresenta…”

Durante décadas o desenho animado de um abutre na tela do Cine Éden foi a deixa que a minha geração ansiava para por a sala de exibição em polvorosa.

Os expectadores em peso juntavam os lábios em xi xi xi xi xi e assobios que só findavam quando o filme ia começar.

O Cine Éden há anos não mais existe. Funcionava na Rua Grande (onde hoje é a lojas Marisa), canto com a Godofredo Viana, em edifício imponente. Para mim, uma segunda casa.

A distribuidora carioca também se escafedeu no tempo.

Distribuía faroestes italianos, filmes de Maciste e Hércules, terror, pornochanchadas brasileiras.

Era especializada em fitas de segunda linha, mas fazia sucesso danado.

Xi xi xi xi xi...

O maranhense era original até pra espantar bicho. Era.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O tirirical é outro

Apesar de comentários maldosos em Brasília, não foi o atraso constante nas obras do aeroporto do Tirirical que derrubou o ministro do Turismo.

Por falar em obras, até a Escola Municipal de Tirical, em Vitória do Mearim, exibe melhor autonomia de voos.