É possível que o LZ-127 tivesse empreendido visita ocasional a São Luís, a caminho de Recife. Os 1573 Km entre as duas capitais podiam ser vencidos em horas pelo Zeppelin.
O dirigível alcançava a espantosa velocidade de 150 km/hora - mais que o triplo dos navios de cruzeiros -, com a vantagem de não encontrar empecilhos comuns ao trajeto rodoviário.
E quanto a São Luís?
A história dos zeppelins ganha novo contorno a partir de notas sobre a movimentação de aeronaves no país – e na capital maranhense – durante a Segunda Guerra (1939-1945).
O Estações Ferroviárias do Brasil guarda nota curiosa, com base em dados da Revista Brasileira de Geografia, julho-setembro de 1961; e do Guia Geral de Estradas de Ferro do Brasil, de 1960.
“A ESTAÇÃO: Não muito longe da antiga estação de São Luiz há uma instalação da Aeronáutica: "Topo com um bairro distante chamado Base. Vem de ser o local onde havia uma base aérea norte-americana e operava um dirigível - um zeppelin, como se dizia - que patrulhava esta parte do Atlântico, em busca de submarinos alemães durante a Segunda Guerra. Quando passei aqui de trem ainda havia a torre - basicamente, uma estrutura metálica de uns dez metros mais ou menos - onde era ancorado o dirigível (um cabo era lançado de bordo, era enganchado na torre pelo pessoal de terra e tracionado para aproximar a aeronave do solo). Até meados dos anos setenta ainda cheguei a ver essa torre aqui. Agora só existe uma instalação da Aeronáutica - que herdou as bases norte-americanas aqui e no Rio Grande do Norte - abandonada e depredada. Soube que até as casamatas estão em ruínas".
O zeppelin a que se refere o saite não é o Graf Zeppelin LZ-127, mas outro dirigível operado por militares norte-americanos para patrulhamento.
O Web Artigos, em tópico sobre o papel dos dirigíveis na Segunda Guerra, põe São Luís novamente em evidência:
“O primeiro dirigível a chegar ao Brasil de uso militar foi o K-84 em setembro de 1943, enviado para a base aérea de Fortaleza e pertencia à Ala de Dirigíveis da 4ª Esquadra. Eram chamados de "blimps" e dividiram-se em 2 esquadrões, sendo, o Esquadrão ZPN-41, com atuação nas bases aéreas de Amapá, Belém, São Luís e Fortaleza; e o Esquadrão ZPN-42, sediado em Maceió com operações também em Recife, Salvador, Vitória, Caravelas e Rio de Janeiro (Santa Cruz). Foram de fundamental importância no patrulhamento da costa brasileira por seu alto desempenho de permanência no ar (até 7 dias) e por serem silenciosos. Tinham a função de detectar submarinos, entretanto, no início da guerra tinham a missão de apoiar o salvamento das tripulações dos navios de guerra. Em seu interior a tripulação deveria usar sapatos especiais de lona, evitando faíscas em um possível atrito com os cabos que ficavam espalhados. Com a desativação da torre, os sapatos especiais foram aproveitados pelos trabalhadores brasileiros da companhia norte-americana”.
Ainda há a contar dessa história...
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sábado, 30 de junho de 2012
Caçada ao Zeppelin (um)
Não há registro preciso sobre a passagem do Graf Zeppelin LZ-127 em São Luís – nem mesmo o ano ou o objetivo do voo. Mais de um? Quem sabe?
Mas não há dúvida que o dirigível alemão esteve aqui, confirmam fotos e relatos de época.
O jornalismo e a crônica ludovicenses enveredaram por hiato lamentável. A cidade de inúmeros intelectuais ficou cega ao fato histórico.
São Paulo, Rio, Paraná, Recife, Amapá. O Zeppelin deixou rastro enorme pelo país. A chegada do dirigível ao Recife foi apoteótica. Ficaram fotos e filmes.
Durante seis anos – de 1930 a 1938 – as vindas do Zeppelin ao Brasil se tornaram corriqueiras.
Os visionários alemães estabeleceram rota regular de voos entre Frankfurt, na Alemanha, e o Rio de Janeiro, com parada em Recife. Foram mais de 90 viagens para transporte de passageiros e carga pelo mundo - nove delas em solo brasileiro.
Vi a todos os filmes – a internet dispõe de dezenas, e de graça –, mas pouquíssimo há com referência a São Luís. Achados escassos, e nem por isso menos intrigantes.
É que veremos a seguir.
Mas não há dúvida que o dirigível alemão esteve aqui, confirmam fotos e relatos de época.
O jornalismo e a crônica ludovicenses enveredaram por hiato lamentável. A cidade de inúmeros intelectuais ficou cega ao fato histórico.
São Paulo, Rio, Paraná, Recife, Amapá. O Zeppelin deixou rastro enorme pelo país. A chegada do dirigível ao Recife foi apoteótica. Ficaram fotos e filmes.
Durante seis anos – de 1930 a 1938 – as vindas do Zeppelin ao Brasil se tornaram corriqueiras.
Os visionários alemães estabeleceram rota regular de voos entre Frankfurt, na Alemanha, e o Rio de Janeiro, com parada em Recife. Foram mais de 90 viagens para transporte de passageiros e carga pelo mundo - nove delas em solo brasileiro.
Vi a todos os filmes – a internet dispõe de dezenas, e de graça –, mas pouquíssimo há com referência a São Luís. Achados escassos, e nem por isso menos intrigantes.
É que veremos a seguir.
Provando na carne
Maria da Penha, a biofarmacêutica cearense que virou símbolo do enfrentamento da violência contra a mulher no Brasil, será lançada à vice-prefeitura de Fortaleza pelo PT.
Maria agora tem escolha, e pode evitar novo pesadelo: o eleitoral.
Esse, dizem, é ainda mais devastador que o outro.
Dez candidatos se atropelam no corre-corre pela prefeitura.
Pelo menos sete têm boas chances de pódio.
Maria agora tem escolha, e pode evitar novo pesadelo: o eleitoral.
Esse, dizem, é ainda mais devastador que o outro.
Dez candidatos se atropelam no corre-corre pela prefeitura.
Pelo menos sete têm boas chances de pódio.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Pela saída dos fundos
Sorte muita a dos municípios do Maranhão com mais eleitores que habitantes.
Passada a campanha e a eleição, somem os “vizinhos” anônimos, a barulheira dos comícios, o mutirão de promessas arremessadas a atacado dos palanques.
For esse o custo final por três anos de calmaria, o preço é baixinho, ainda que vez por outra venham lhe contar sobre ponte caída de velhice, de fome de estudante ainda maior que a merenda escolar, de colégio de taipa que desaprendeu a se guardar pro inverno.
Fazer o quê, se o tal do fundo do poço a cada mês fica mais raso?
Passada a campanha e a eleição, somem os “vizinhos” anônimos, a barulheira dos comícios, o mutirão de promessas arremessadas a atacado dos palanques.
For esse o custo final por três anos de calmaria, o preço é baixinho, ainda que vez por outra venham lhe contar sobre ponte caída de velhice, de fome de estudante ainda maior que a merenda escolar, de colégio de taipa que desaprendeu a se guardar pro inverno.
Fazer o quê, se o tal do fundo do poço a cada mês fica mais raso?
Dúvida viciante
Ainda que a imprensa não toque abertamente em tema tão delicado, é impossível deixar de perceber a crise aberta na política ludovicense com a falta de vices.
Candidatos a prefeito há de sobra, para todos os gostos e matizes, mas vice que é bom, só com promessas a São Pedro e São Marçal. Nem sei se há bois e boieiros preparados a tanto pede-pede.
A exceção a esse infortúnio vem do Washington Luiz – por sinal, vice da governadora Roseana Sarney.
Com o apoio de treze partidos, seria muito azar caso o candidato do governo desistisse da disputa por mero detalhe de composição.
O Marcos Silva (PSTU) tem vice. É mesmo? Quem?
O ex-prefeito Tadeu Palácio tenta seduzir a Eliziane Gama – para sua vice, claro! –, mas a deputada se mostra apaixonada por outro palácio: o La Ravardière.
O Edivaldo Holanda Júnior tenta sorrir a duplo fardo incômodo: posar de candidato de renovação e a falta de traquejo para encontrar vice mais novo que ele.
A condição do Washington é única e desmitifica o temor antigo de que vice não apita em nada.
Veja a questão por outro ângulo.
Nesse caso em particular, foi o deixou de apitar que o levou a merecer a indicação. Eleito ou não, essa é outra história.
E sabe quem é o vice ou a vice do prefeito João Castelo? Nem ele.
Fim de papo. O vice do Washington é o deputado Afonso Manoel, visse?
Candidatos a prefeito há de sobra, para todos os gostos e matizes, mas vice que é bom, só com promessas a São Pedro e São Marçal. Nem sei se há bois e boieiros preparados a tanto pede-pede.
A exceção a esse infortúnio vem do Washington Luiz – por sinal, vice da governadora Roseana Sarney.
Com o apoio de treze partidos, seria muito azar caso o candidato do governo desistisse da disputa por mero detalhe de composição.
O Marcos Silva (PSTU) tem vice. É mesmo? Quem?
O ex-prefeito Tadeu Palácio tenta seduzir a Eliziane Gama – para sua vice, claro! –, mas a deputada se mostra apaixonada por outro palácio: o La Ravardière.
O Edivaldo Holanda Júnior tenta sorrir a duplo fardo incômodo: posar de candidato de renovação e a falta de traquejo para encontrar vice mais novo que ele.
A condição do Washington é única e desmitifica o temor antigo de que vice não apita em nada.
Veja a questão por outro ângulo.
Nesse caso em particular, foi o deixou de apitar que o levou a merecer a indicação. Eleito ou não, essa é outra história.
E sabe quem é o vice ou a vice do prefeito João Castelo? Nem ele.
Fim de papo. O vice do Washington é o deputado Afonso Manoel, visse?
O sumiço do baú
Em agosto de 2009 foi divulgada nota em jornal local com anúncio da vinda a São Luís de descendente francês do “fundador” Daniel de La Touche.
O ilustre visitante traria tesouro histórico: a peça na qual o nobre francês guardou roupas e objetos de uso pessoal usados durante a viagem ao Maranhão.
Como o assunto não voltou à tona, cabem três perguntas.
O viajante tomou caravela errada, foi pilhado por piratas em alto-mar ou – o que é provável – a história não passou de mais um golpe do baú?
O ilustre visitante traria tesouro histórico: a peça na qual o nobre francês guardou roupas e objetos de uso pessoal usados durante a viagem ao Maranhão.
Como o assunto não voltou à tona, cabem três perguntas.
O viajante tomou caravela errada, foi pilhado por piratas em alto-mar ou – o que é provável – a história não passou de mais um golpe do baú?
E eles?
O esquecimento é grave, mas nada que não possa ter algum remendo.
Pelo que saiba, nenhuma autoridade francesa – ou descendente de Daniel de La Touche – foi convidada a vir a São Luís prestigiar a festança dos 400 anos da única capital brasileira supostamente fundada por nobre da corte de Luís XIII.
Vai a dica.
Desde que ficou desempregado, o Sarkozy anda penando um bocado com o arroz de toucinho da Carla Bruni.
Pelo que saiba, nenhuma autoridade francesa – ou descendente de Daniel de La Touche – foi convidada a vir a São Luís prestigiar a festança dos 400 anos da única capital brasileira supostamente fundada por nobre da corte de Luís XIII.
Vai a dica.
Desde que ficou desempregado, o Sarkozy anda penando um bocado com o arroz de toucinho da Carla Bruni.
quinta-feira, 28 de junho de 2012
Rosário de penas
Os políticos do Maranhão não foram os únicos a penar com o anúncio oficial de adiamento da refinaria Premium que a Petrobrás alardeou para Rosário-Bacabeira.
A má notícia atingiu em cheio centenas de especuladores – inclusive estrangeiros – que investiram fortunas em terras da região, e esperavam faturar prêmio já certo.
Quem ainda vislumbra algum retorno com o “filão”, espere Lula retornar à presidência.
O atual governo parece disposto a sepultar o estado dilma vez por todas.
Caso sirva de consolo, o Ceará também não passou no refino.
A má notícia atingiu em cheio centenas de especuladores – inclusive estrangeiros – que investiram fortunas em terras da região, e esperavam faturar prêmio já certo.
Quem ainda vislumbra algum retorno com o “filão”, espere Lula retornar à presidência.
O atual governo parece disposto a sepultar o estado dilma vez por todas.
Caso sirva de consolo, o Ceará também não passou no refino.
Esqueceram o guaraná
Ao que tudo indica, a CPI do Cachoeira foi a gota d´água para engasgar de vez esse troço de comissão parlamentar de inquérito.
Como todo bom político conhecedor de massas sabe, a pizza nacional só combina com guaraná.
Como todo bom político conhecedor de massas sabe, a pizza nacional só combina com guaraná.
Darwin errou
Um parente remoto do homem – o australopithecus sediba – comia madeira, anunciam os cientistas.
É notável a evolução da espécie humana em milhões de anos.
Descemos das árvores para inventar o fast food, o pão que o diabo amassa e o controle remoto.
E quanto ao australopithecus sediba, nem é bom especular com o quê o primeiro predador ambiental palitava os dentes.
É notável a evolução da espécie humana em milhões de anos.
Descemos das árvores para inventar o fast food, o pão que o diabo amassa e o controle remoto.
E quanto ao australopithecus sediba, nem é bom especular com o quê o primeiro predador ambiental palitava os dentes.
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Paço em falso
Lugar infinito em mistérios esse Paço do Lumiar.
Paço que não segura nem candidatura de herdeiro da família Sarney, ou perdeu o passo ou anda na contramão.
E mal o candidato único anunciou desistência, os fiéis aliados de ontem mandaram desencavar substitutos de prefeito até no cemitério de São José de Ribamar.
Mas, afinal, há ou não candidato a prefeito no município? Habia.
Paço que não segura nem candidatura de herdeiro da família Sarney, ou perdeu o passo ou anda na contramão.
E mal o candidato único anunciou desistência, os fiéis aliados de ontem mandaram desencavar substitutos de prefeito até no cemitério de São José de Ribamar.
Mas, afinal, há ou não candidato a prefeito no município? Habia.
O preço do "serviço"
Só 15% dos esgotos de São Luís recebem tratamento, admite a Caema.
Agora você sabe porque a tarifa nas alturas.
Não deve ser nada barato deixar que 85% dos dejetos nadem “in natura” nas praias da capital.
Tratamento de choque ou nado sincronizado?
Agora você sabe porque a tarifa nas alturas.
Não deve ser nada barato deixar que 85% dos dejetos nadem “in natura” nas praias da capital.
Tratamento de choque ou nado sincronizado?
Papou
Aviso ao mundo esportivo:
Não é porque uma mulher chega pela primeira vez na presidência do Moto Clube de São Luís, que o time vai entrar em campo com máscara antirrugas e salto alto.
Cartão ruge:
O nome da presidente é Vera, e não primavera.
Não é porque uma mulher chega pela primeira vez na presidência do Moto Clube de São Luís, que o time vai entrar em campo com máscara antirrugas e salto alto.
Cartão ruge:
O nome da presidente é Vera, e não primavera.
Cozinha apertada
Não fuja da enquete!
Qual foi tua última auxiliar de serviços domésticos que escapou do sonho de “empreguete” e não deixou torrar a omelete?
Qual foi tua última auxiliar de serviços domésticos que escapou do sonho de “empreguete” e não deixou torrar a omelete?
terça-feira, 26 de junho de 2012
Primeiro assalto
O Maranhão lançou nesta terça-feira versão política do UFC, e sem a ajuda do Galvão Bueno.
O deputado Raimundo Cutrim partiu com tudo para o secretário de Segurança Aluísio Mendes. Na falta de ringue, a tribuna da Assembleia Legislativa.
O “moleque travestido de secretário” é algo que o Anderson Silva incorporaria com prazer na troca de gentilezas com o desafeto Chael Sonnen.
Não se sabe até agora o que Dana White, o presidente da organização, pensa fazer a respeito.
Mas, afinal, “moleque travestido" significa o quê?
segunda-feira, 25 de junho de 2012
O candidato
Pelo número de vezes que disputa cargos eletivos – seis, informa a mídia – o sindicalista Marcos Silva (PSTU) bem poderia merecer o título de "Candidato honorário das tentativas de urnas no Maranhão".
O portfólio eleitoral estaria mais robusto caso não lhe arrancassem duas eleições majoritárias.
A de 94, quando Francisco Chagas o substituiu, e a de 2006, quando foi cassado por não prestar contas.
Partido Trabalhista dos Trabalhadores Unificado.
Deve ter dado um trabalhão unificar isso tudo em um só candidato.
Eles vêm aí!
Na contramão
domingo, 24 de junho de 2012
Reação em cadeia
O tamanho da conta
A cerveja atingiu recorde de R$ 6,60 em bares da Litorânea – aí já incluídos os famigerados 10% que nunca chegam ao garçom.
O preço? O dobro do que cobra um depósito de bebidas.
No fechar da conta, os bares ganham quase o valor de uma caixa a cada vinte quatro garrafas.
E o Procon? Perdeu o mapa da avenida ou o caminho de volta?
Zeppelin sobre rodas
O Maranhão tem poço inesgotável em segredos.
No final dos anos 40, Joaquim Lourenço fez circular em São Luís ônibus de passageiros com o formato de um Zeppelin. O empresário português era apaixonado pelo dirigível.
Os ônibus eram construídos sobre o chassi de caminhões Dodge.
Os zeppelins sobre rodas – não se sabe por obra de quem – foram parar em Belém do Pará.
As duas fotos deste post foram pinçadas do Sala dos Estados – Maranhão (http://www.museudantu.org.br) e do Blog do Flavio Gomes (http://flaviogomes.warmup.com.br/), que reproduz imagem do arquivo da Life.
A do ônibus zeppelin em São Luís pertence, originalmente, ao acervo do Memorial Fotográfico do Transporte de Passageiros do Maranhão.
Mas o dirigível esteve de fato neste estado.
Sobre o assunto, vale a pena ver o post O Zeppelin em São Luís (http://cuscuzdelivery.blogspot.com.br/2012/05/o-zeppelin-em-sao-luis.html).
Trarei mais informações em breve.
No final dos anos 40, Joaquim Lourenço fez circular em São Luís ônibus de passageiros com o formato de um Zeppelin. O empresário português era apaixonado pelo dirigível.
Os ônibus eram construídos sobre o chassi de caminhões Dodge.
Os zeppelins sobre rodas – não se sabe por obra de quem – foram parar em Belém do Pará.
As duas fotos deste post foram pinçadas do Sala dos Estados – Maranhão (http://www.museudantu.org.br) e do Blog do Flavio Gomes (http://flaviogomes.warmup.com.br/), que reproduz imagem do arquivo da Life.
A do ônibus zeppelin em São Luís pertence, originalmente, ao acervo do Memorial Fotográfico do Transporte de Passageiros do Maranhão.
Mas o dirigível esteve de fato neste estado.
Sobre o assunto, vale a pena ver o post O Zeppelin em São Luís (http://cuscuzdelivery.blogspot.com.br/2012/05/o-zeppelin-em-sao-luis.html).
Trarei mais informações em breve.
Barradas no baile
A Comissão Nacional de Educação Jurídica do Conselho Federal da OAB emitiu parecer desfavorável, esta semana, a duas faculdades no estado que pretendiam abrir portas com cursos de Direito: Faculdade do Estado do Maranhão (São Luís) e Faculdade Maranhense São José dos Cocais (Timon).
Ambas de políticos, nem existem de fato ou de direito.
O Maranhão não está sozinho na lista. Outras dezesseis “instituições” pelo país que operariam na área foram reprovadas pela Ordem.
Não há motivos para apreensão. Há dezoito faculdades de Direito em funcionamento no Maranhão.
Todas de políticos, é óbvio.
Frota sem rota
Vem do Detran prova inquestionável de como estado e municípios ajudam a acelerar o sucateamento do transporte público.
Segundo dados do órgão divulgados esta semana, em 1998 o Maranhão possuía 158.704 veículos.
Em apenas quatorze anos a frota saltou para um milhão, ou seja, mais que quintuplicou em tamanho.
“É importante dizer que esse marco repercute positivamente em todo o setor automotivo, desde o emplacamento dos carros com os despachantes, às concessionárias, oficinas, lojas de acessórios, empresas de seguro, entre outras”, comemorou o diretor do Detran.
Do setor automotivo não duvido, tal o número de concessionárias que abre portas a cada semana.
O zé-povinho que não tem carro – e nem carroça – é que são elas.
sábado, 23 de junho de 2012
Balela ambiental
Acabamento verde-amarelo
sexta-feira, 22 de junho de 2012
A marca do caos
Estranho o entusiasmo do Detran ao primeiro milhão de veículos emplacados no estado.
Ainda que a marca signifique reforço e tanto no caixa do governo e municípios, a falta de vias e a situação caótica do trânsito em São Luís – onde se concentra em torno de 70% da frota – turvam a comemoração.
Corrijo o engano.
É época junina e de foguetório farto aos santos e milagres de casa.
Anarriê!
Uma escola especial
A Escola João Mohana, no Vinhais, atende a 205 crianças especiais.
É uma das raras instituições especializadas, em São Luís e no estado, no atendimento a casos de autismo e síndromes diversas.
Dinheirinho contado a tostão, sobrevive de doações aleatórias, quase sempre oferta dos pais e anônimos.
Uma autoridade do Ministério Público Federal conseguiu que três TCOs (Termo Circunstanciados de Ocorrência) – típicos em casos de menor potencial ofensivo – fossem transformados em pequenos serviços de reforma.
O governo estadual não ajuda? Ajuda.
Duzentos e dezenove reais por mês, a título de “merenda escolar”. Quase um real por aluno, a cada trinta dias.
Papel higiênico, fraldas e materiais descartáveis, alimentação? A escola se vire.
A João Mohana esteve na mídia em 2009, e não pela excelência de serviços.
Acompanhado por professores, um grupo de alunos foi barrado em supermercado da capital – o Mateus – com desculpa estafafúrdia. Visitas escolares ao estabelecimento deveriam ser previamente agendadas.
Resposta explícita do preconceito, caso encerrado e nunca convenientemente explicado.
João Mohana – que dá nome à escola, e morto em 1995 – foi um médico, escritor e educador maranhense.
É uma das raras instituições especializadas, em São Luís e no estado, no atendimento a casos de autismo e síndromes diversas.
Dinheirinho contado a tostão, sobrevive de doações aleatórias, quase sempre oferta dos pais e anônimos.
Uma autoridade do Ministério Público Federal conseguiu que três TCOs (Termo Circunstanciados de Ocorrência) – típicos em casos de menor potencial ofensivo – fossem transformados em pequenos serviços de reforma.
O governo estadual não ajuda? Ajuda.
Duzentos e dezenove reais por mês, a título de “merenda escolar”. Quase um real por aluno, a cada trinta dias.
Papel higiênico, fraldas e materiais descartáveis, alimentação? A escola se vire.
A João Mohana esteve na mídia em 2009, e não pela excelência de serviços.
Acompanhado por professores, um grupo de alunos foi barrado em supermercado da capital – o Mateus – com desculpa estafafúrdia. Visitas escolares ao estabelecimento deveriam ser previamente agendadas.
Resposta explícita do preconceito, caso encerrado e nunca convenientemente explicado.
João Mohana – que dá nome à escola, e morto em 1995 – foi um médico, escritor e educador maranhense.
Frango falador
Chips achados em frango que iria “alimentar” preso.
Pois os agentes penitenciários do presídio São Luís II deveriam ter deixado o banquete ocorrer sem atropelos.
Talvez observando como aves falam na cadeia, aqui de fora aprendessem como evitar que celulares emudeçam ou soltem pios.
Aliás, o sistema de telefonia móvel só tem total mobilidade nos presídios.
Sabe de algum celular de preso fora de área, sem linha ou desligado por falta de pagamento?
Só por curiosidade.
Qual o fim do tal frango chipado?
Revés político
O DEM oficializou apoio ao pré-candidato do PT à Prefeitura de São Luís (MA), Washington Luiz de Oliveira, vice-governador do estado e nome da governadora Roseana Sarney (PMDB) para chegar ao La Ravardière.
O balé de siglas parece compreensível: DEM e PT passaram a unir talheres e pratos desde a eleição roseanista.
O lado irônico da política, e que poucos parecem lembrar.
Nas eleições para prefeito em 2008, o DEM apresentou Raimundo Cutrim como candidato. Derrotados, os democratas ficaram mudos no 2º turno.
Cutrim, hoje deputado estadual pelo PSD, não é candidato a prefeito em 2012, mas vive inferno astral sem precedentes na política.
O ex-homem forte de Roseana na pasta da Segurança Pública foi acusado esta semana de envolvimento com a morte do jornalista Décio Sá, segundo relato do executor.
Cutrim nega. A governadora disse não acreditar na acusação contra o ex-auxiliar.
Quem quer ser milionário?
Dois em cada três habitantes vivem na miséria em Marajá do Sena, no Maranhão.
O nome do município foi o que de melhor encontraram, em dezoito anos de fundação, para justificar tanto infortúnio.
Enquanto a riqueza não chega, os marajás esperam quem lhes indique os caminhos do Taj Mahal ou da mega-sena de Natal.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Antes das vias de fato
Cem câmeras de segurança vão ser instaladas em vias de São Luís.
Oxalá o nosso Big Brother urbanóide não comece em Via Crucis:
- sem cameraman e sem filme.
Só para matar a curiosidade global.
O Bial virá para a inauguração da Via Expressa?
O primeiro deliquente flagrado em via pública ficará confinado na Globo?
Os vendavais do poder
O vendaval que atingiu Caxias, no Maranhão, é apenas um sinal do poder espantoso da natureza.
Várias das árvores apresentavam o corte tão retilíneo que se diria: vieram ao chão com a ajuda de mãos e motosserras.
Há quem pense que a cidade foi atingida por “Balaiada Celestial”.
Outros, mais cautelosos, sussuram: “muda o vento, o poder é que não muda”
.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
À procura de um nome
Rio+20
Escovar os dentes com a torneira fechada; não deixar o chuveiro ligado ao passar sabão; não atirar lixo às ruas; evitar levar o carro semanalmente a lava-jatos.
Caso metade da população adotasse essas práticas, o Brasil não precisaria derrubar muro em favela para que o prefeito de Nova Iorque visse o mar.
Depois desse, só mais 19 favores de estado.
Lambanças ecológicas
Fazer xixi durante o banho é uma soluções “originais” para salvar o planeta, deixou escapar a Rio+20.
Por analogia, entende-se que quem urina ou defeca em público não necessariamente pratica atos obscenos. Ao contrário, deveria ser visto como benfeitor da humanidade por economizar milhões de litros d´água das escassas reservas hídricas mundiais.
Aqui no Brasil o pessoal é craque em mostrar a genitália em público, e não só durante o Carnaval. No caso do xixi, a desculpa habitual é a inexistência de banheiros químicos.
O assunto é controverso e rende litros de cerveja.
O advogado Alexandre Lopes, do respeitado escritório Evaristo de Moraes, no artigo “Urinar na rua não é necessariamente ato obsceno”, de fevereiro de 2011, descaracteriza a necessidade fisiológica em lugares públicos como atentado violento ao pudor. O crime seria mostrar o órgão sexual com o objetivo de exibição ou de excitamento.
À falta de banheiros químicos ele acrescenta a licenciosidade do poder público em permitir que o comércio informal se instale sem condições mínimas de funcionamento.
Bem, voltemos à salvação do planeta.
A “grande ideia” xixi no banho não foi parida agora. Gisele Bündchen, por exemplo, a defende com unhas e pernas a bem mais tempo.
Nem quero imaginar o estado dos banheiros que a modelo pisa mundo afora, e o quanto gastam de água para “limpar” a lambança.
E a Rio+20?
Maravilhosamente outra.
O interior a gás
terça-feira, 19 de junho de 2012
Liquidação relâmpago
Vai passar!
Marca dos 400 anos de São Luís vira febre na cidade.
E onde estão os médicos do município que não socorrem a enferma?
Essa elevação na temperatura não é parte do programa “Cidade doente, cidadão ausente”, é?
Vamos rezar que seja apenas febre reumática devido aos excessos juninos.
Pelo sim, pelo não, melhor intensificar os escalda-pés.
E onde estão os médicos do município que não socorrem a enferma?
Essa elevação na temperatura não é parte do programa “Cidade doente, cidadão ausente”, é?
Vamos rezar que seja apenas febre reumática devido aos excessos juninos.
Pelo sim, pelo não, melhor intensificar os escalda-pés.
Os artificiais
Pesquisa revela ser boa a qualidade do ar em São Luís.
Depende de onde você esteja e o quê inspire.
Respirar os ares da penísula da Ponta D´Areia, por exemplo, não deve ser o mesmo que tentar encontrar fôlego nos corredores encastelados do La Ravardière.
Quando o aspirante é júnior, então, os sintomas de asfixia ficam pra lá de evidentes.
Nada como respirar ares holandeses...
O preço da conta
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Carta sem resposta
A carta é a forma de comunicação mais antiga entre pessoas distantes.
O mundo deve aos egpícios a criação do primeiro sistema de correios. As "cartas" eram gravadas em ladrilhos.
Veio o Brasil e inventou os Correios que não funcionam e o funcional atraso nas entregas.
Nem é bom pensar o que seria da Carta de Caminha com esses carteiros...
Como contar mortos
O Maranhão atingiu o 22º lugar na lista de 26 estados onde é mensurada a taxa de homicídios no país. O Distrito Federal entrou na contagem.
Os dados são do ano de 2009 (os mais recentes) e foram divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira, com base em pesquisa IDS 2012 (Indicadores de Desenvolvimento Sustentável).
Os índices do Maranhão apontam 22 mortes, segundo coeficiente de homicídios por 100 mil habitantes. Predominaram os assassinatos entre homens (41,4%), contra 2,7% das mulheres.
Alagoas (59,3), Espírito Santo (56,9) e Pernambuco (44,9) são os campeões de assassinatos. As menores taxas ficaram com o Piauí (12,4), Santa Catarina (13,4) e São Paulo (15,8).
Ainda que defasados em dois anos, os números do levantamento são brutais.
Em 17 anos (1992 a 2009), a taxa de homicídios no Brasil cresceu 41%.
Em 2009, a média de assassinatos era de 27,1 mortes para cada 100 mil habitantes. Em 1992 atingiu 19,2.
domingo, 17 de junho de 2012
Anarriê!
O São João nos arredores da Maria Aragão está bem mais animado que na Praça.
Na falta de banheiros químicos, e sob os olhos complacentes da prefeitura, os barraqueiros elegeram como “solução coletiva” a amurada da Beira-Mar.
Nem pergunte pra qual rio a coisa escorre...
E a fiação elétrica a atravessar a avenida? Algo tão bem feito que ninguém vê.
Será que "churrasquinho-de-gato" dá choque?
Exemplo raro
Edivaldo Daniel Feitosa Filho – o médico assassinado em Caxias (MA), este mês – ofereceu em vida exemplo raro em um mundo onde o individualismo tem culto crescente.
Sempre nos finais de ano escolhia uma rua em local carente da sede municipal e brindava adultos e crianças com comida e brinquedos.
O costume teria surgido após a aprovação para o vestibular de Medicina, e virou promessa.
Edivaldo nasceu num 25 de dezembro. Era Natal, portanto.
Um brinco, brinca!
Cometeram colossal e lamentável equívoco os turistas que vieram a São Luís e reclamaram das más condições do aeroporto, das ruas emburacadas, da falta de coleta do lixo, das praias impróprias ao banho, do desânimo da programação junina.
Exceto pelas más condições do aeroporto, das ruas emburacadas, da falta de coleta do lixo, das praias impróprias ao banho e do desânimo da programação junina, a capital está um brinco, brinca!
Caído, sem uso, sem brilho.
Alguma orelha se habilita a desfilar com o penduricalho?
Vire copo e página
A cachaça – qual bom copo juraria? – é agora patrimônio histórico e cultural do Estado do Rio, e com certificação da Assembleia Legislativa.
E o Maranhão?
Aqui, o melhor é entrar na cachaça e esquecer de vez patrimônio histórico e cultural que só lembram em toadas de boi e trabalhos de mestrado.
Quem cairá primeiro?
O centro histórico ou os históricos bebuns?
sábado, 16 de junho de 2012
Os olhos da panthera"
Uma mulher bela e de ideias avançadas demais para a época choca a Paraíba no início do século XX.
Anayde Beiriz é poeta, a quem os amigos chamam de “a panthera de olhos dormentes”. Tinha duas armas letais: beleza e inteligência.
Vestidos encurtados, decotes e cabelo "à la garçonne" – ao modo dos rapazes – compõem o visual da “mulher macho”, como a ela se referiam a sociedade paraibana ultraconservadora dos anos 20 e os inimigos.
Anayde manteve namoro de dois anos (1924-1926) com o estudante Heriberto Paiva, eternizado por sucessão de cartas românticas. As atitudes “excêntricas e incomuns” da namorada, e a pressão social, levam-no a romper o relacionamento.
Anayde Beiriz terá um segundo amor: o advogado e jornalista João Dantas, homem determinante em sua vida.
Adversário de João Pessoa, presidente do Estado da Paraíba, Dantas se tornaria um dos alvos do político. Seu escritório é invadido quando estava em Recife.
As cartas entre o subversivo e Anayde – e arrancadas de um cofre – são a prova do relacionamento imoral que Pessoa precisa para destruir o inimigo. A íntegra dos cartas vai parar nos jornais.
Humilhação e desonra levam João Dantas a assassinar João Pessoa – vice na chapa de Getúlio Vargas à presidência – em uma confeitaria de Recife, em julho de 1930. O fato foi a gota d´água para deslanchar a Revolução de 30. O ditador sobe ao poder.
Em 3 de outubro de 1930, João Dantas é encontrado morto na prisão. O pescoço degolado indica suicídio, disseram.
Anayde Beiriz morreu aos 25 anos, em Recife, após suicídio por envenenamento, também disseram.
Pouquíssimo restou dos seus escritos.
A homenagem
Ocorrido em São Luís, nos tempo da janambura...
Empolgadíssimo com o desfile de misses, o apresentador não se conteve:
“Senhoras e senhores, a bela representante da Paraíba faz original homenagem ao nosso negro...”.
O “Nego” em destaque na bandeira daquele estado não tem referência alguma com a raça negra. Na verdade, vem do verbo negar.
O governador João Pessoa, em telegrama de 1920, diz “não” à proposta de Washington Luís de romper a aliança “café-com-leite”, que levava mineiros e paulistas alternadamente ao poder. Pessoa apoiaria Getúlio Vargas.
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